História, ou, Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes
136 com clla, e por estar tão mettido cm lena que tomou sonda somente de cinco braças, e se temer de pareeis encobertos, deu volta para o norle. A' manhã de 15 vio outras duas velas, uma adiante e outra a sotavento de través com– sigÕ; deu caça immediatamentc a esta. Como a \'·ela es tava chegada á terra e acabaya de soltar o panno , e caminhou primeiramente um pedaço ao norte, o Com.mandeur a deixou ir, e içou bandeira portug ueza, o que vendo o inimigo, e fazendo conta ser o Dolphij n naYio portuguez approximou-sc bastante dell e, mas, entrando em duvida, -deu volta e poz prôa à costa. O Commancleto· deu primeiramente quatro tiros , e logo mandou a ella a cha lupa com quatorze homens· vendo os Portuguezes que se não podiam escapar, metteram o navio por entre os pareeis, e deram com ell e sobre um banco pegado à terra , e se puzeram em fu gida em numero de trinta e quatro . Faziam tenção de metter no fundo o seu navio, mas os nossos foram loo-o com clles: salla,·am de um lado , ()ua ndo os nossos entraram pelo outro. A noss a gente assenhoreou-se do barco, e o levou c1·a11i , e por estar mui carregado , foram tiradas sobre a tarde dez 'caixas de assuca1·, e ao ou lro dia dezenove. O dilo barco foi tripo– lado por clezenoYe homens. Ao meio-dia tornou o Commandeur a avistar ou tra vela, e mandou a clla o barco ullirnarncnlc tomado ; este brigou com o navio inimigo . que, por es tar melhor artilhado e defender-se branimente, bem como por não poder chegar-se a ell e o navio grosso, se escapou depois de a lgumas horas ele lula. Dos nossos foram feridos lrez, pelo que o Commancleur poz ma.i s gente no barco, prcfazcnclo o numero de vinte e dous homens. Ao meio-dia ele 18 foi cm altura ele 8 gr. e m<'io. Ao dia seguinte deu fundo ao lado do porto ele Pernambuco em quinze braças, fôra da vista de terra. A 21 fez-se á vela.e governou ao sul com ,·cnto lcs norclcs lc. Lo"'O depois avistou uma frota de Yinlc e dous naYios que ia diante de si caminho do sul; o Com– ma1uleur cerr ou o vento par a bem r econh ece r a frota , e approximando-sc dclla por Yolla do meio-dia (pois a frota dera rnlla para vir ao seu encontro}, vio que eram na ios porlug uczcs, entre os quaes haxia treze ou quatorze com velas r0dondas, e alguns assús "'rossos, nomeadamente a a lmiranta, vice-almiranta e so la-almiranta, que lh e pareceu terem duas bandas de arti– lheria; os mais eram caravelas, e uma dellas bastante grossa. Todos os navios estavam pouco mc llidos n·agua, o que fez crer ao Commanclrw· qu e não con– tinham s não muitos soldados. A carm·cla pretendeu tomar-no. o barco, mas o Dolphijn atirou-lh e trcz vczc.·, e clla r etrocedeu. Os nos sos fizeram tambem fogo contra o Yicc-a lmira nta, que ig-ualmcntc os salYou ; mas , havendo o Com,– m a füle1L1· CJUC naqucllcs navios não fa ria prêsa. deu volta, e afastou-se da frota fazendo foq;a de n·la . A frota acompanhou-o, ma. , pois nenhum do. seus navi os g ro. sos podiam alcan ·ar os nossos, e os p quenos não ousavam appro– ximar-sc , sohrC' a tnrde abandonou o '01 ,111w11dr 111· e S<'gui o pai·a o norte. O barco to111ada foi descarregado ; Pnconln1.111-sc ncll c sessenta se le e meia caixas de as s ucar. o mais era far inha. d que os nossos !ornaram a porç:ão que lhes era nccessaria, e esbn lhado o ba1·co de ludo o rnais , poz ram-lhc fogo. Isto succcdcu cm altura de !J 0 • J,imparnm um pouco o navio. O Com- 1,u nr/ P1cr caminhou um pouco mai. para o norte. fazendo tenção de pairar
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