MARANHÃO, Haroldo. Flauta de bambu. Rio de Janeiro: MOBRAL, 1982. 64 p.

- Eu mato! Eu mato aqueles cachorrrasss. Foi metido a bruta num automóvel e largado em casa como a um saco de batatas. Na seguinte manhã, despertou o mesmo Callahan, liberto da fra– queza passional e devolvido à britânica moderação. Termina assim: o capitão desfrutava ainda as fatias da lua-de-mel, que são mais doces que as do melão, quando Jimmy Callahan estabeleceu nova dona-de-casa, na pessoa de certa Nenê. Nenê, além de calipígia palmeira– anã, olhos cor de ameixa, era irmã, nada mais nada menos, de Jovita! O inglês jurou sobre o Velho Testamento que pela porta de sua casa não entraria, jamais, outro homem que não fosse ele próprio. E ainda ontem, ao acaso de um dobrar de rua, deparei o nosso Callahan carregando pelo braço a sua Nenê. O olhar do inglês traía desconfianças. Era um bicho acovardado e invadido pelo pânico, temeroso de que algum gavião fardado ou paisano lhe deitasse unha à pomba. 41

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0