MARANHÃO, Haroldo. Flauta de bambu. Rio de Janeiro: MOBRAL, 1982. 64 p.

Muitos anos passaram-se. Mas estou sempre a receber duas linhas, um cartão, uma lembrança de Natal, de Páscoa, telefonema no aniversário. É regular e teimosa a correspondência da bela Assunta e do correto Dom Enrique, e a ambos consexvo à sombra da maior ternura. Quanto a mim, confesso: às vezes me acometem coceiras► desejos de largar tudo, esta vida apertada, meter-me num jato e ir gozar a vida que me espera, ocupar meu quarto, tomar meu desjejum a las nueve, jogar meu golfe, embarcar no meu iate, marcar minhas viagens à Europa Um dia, se de repente eu sumir, sem abraçar os amigos, sem pedir licença na reparti– ção, sem deixar um bilhete para a namorada, já sabem: voou para as terras de Xangri-lá. Lá sou amigo do Rei. BIBLIOTECA PÚOIJCA 00 PARÁ s 11 ,a 0 d• O'Qru du P11í 27

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