Femea
PAGINA 100 ANTONIO TAVERNAPB pouco mais ou menos igual ao da separação, na manada, das rêzes que vão para o curro, destina– ram a mim e a0 meu irmão Clarindo, para mora– dia, uma palhoça á margem de um dos braços do Amazonas, e uns kilometros de terra interiôr, pol– vilhados de igapós limosos, furados por varadou· ros intrincados e hostis, para a labuta. Ah! a primeira 'noite qtrn passei neste recanto perdido!. .. Auoiteceu de chôfre, como se o arvo– rêdo houvesse assassinado o sol, de emboscada. A treva cahiu. Não a treva a que eu estava acos– t~mado--treva ae céo aberto, treva de descampa– do, treva quasi luz. Mas uma nunca vista, suja, espêssa, impenetravel, de fundo de sepultura. E, 'além disso, uma treva que falava; Que falava, sim, ou, melhor, que resmungava uma algaravia in– comprehensivel, funebre, pavorosa, uma especie de ladainha dos mortos. E-ra o vozear unisono ela bicharia florestal, um heptacordio extraordinario, medonho, tão differente da toada das caatingas da minha terra. Sentado no copiar, os olhos abertos, o cora– ção presago, não dormi um instante siquer. Uma vêz, tive a impressão de que a paulama se locomo– via e avançava em fileiras · unidas para triturar me a mim, o átomo perdido entre mundos irados. · Porém, eu não era um a tomo, não, pois tinha, den– tro de mim, um mundo tambem -a ambição. Esta foi o meu férreo escudo naquelle embate de titans. Ergui-me e, peito a peito, arrostei a avalanche colossal que se avisinhava. Eu contra a floresta . Refrega desproporcional? Não! Eramos da mesma força, de tê1.11peras iguaes. Ao excesso de humus vital que presentia estuar em seu se-io, eurespon-
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