Femea
PAGINA 98 ANTONIO TAYERNARD que o -ladeiam, engolindo, voraz e insaciavel, vas· tos pedaços de «terra-cabida»; do papel sublime ,que representa na historia desrn hinter-land, nes– se talvez tumulo de un1a civilisação rnagnfica, ou talvez cyclopico bêrço de urna futura raça de le– viathans, do seu genio vário, ora manso corno uma trocaz, ora féro cpmo uma sussuarana, brincando, ás vezes. tal um Briareu crnanca, de arremessar pororncas com a ·_ singelêza de q'uem joga borrifos de agoa; do mundo de perso:1agens lendarias que fervilham no seu ventre hümiclo-a yara encanta· dôra de cabellos verdes, o bôto-Lovelace temido pelas caboclinhas pubere.s, a boyuna que, com um simples sôpro, vira embflrcações pesa-das, e muitas outras mais. . Então, foi que alguem disse,_ referindo-se-ao rio: -Esse diabo é mais falso que o abraço de um tamanduá. Quem o vê assim _encolhidinho, tjuiéto', com ares de empaleimaclo, nem por -sonhos ima- . gina à fê'reza desse cabra máo como a centopeia. Cortou-lhe a apos.trophe, uma vozinha can · tante pejada do -sotaque nordestilío: -=Nem tanto, «seu» Gardino, nem tanto ...' O bicho não é tão feio como se pinta não. O que seria ela - génte sem esse despotismo d'agoa ?. O outro retrucou, ironico: ' -Já não me lembrava de estar aqui· o advo– gado do Amazonas. · E para mim, explicativo: -Este «Zé da Enchente>) é o unico mortal que defende sempre, incondicio11alme,nte, esse monstro. -E pruquê não havéra de sê-fez o ceç1rense~ sé lhe deyo int~ a vida?
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