Femea
PAGU{Á 10 ANTONIO TA VERNAl-lD interpellando o Elmano numa mornice reprehensi- . v.el e jovial: . . -Olá,'D. Ignôto ! Por onde tem andado, que ninguem o vê? O que tem feito? Monopolisou·o a , ar·te? Marasmand-0? Pensando em mim ? ·Elle desculpou·se: . -Devêres de hospedagem, Flavia . . . - E apresentou.nos : .. · -~Viuva FJavia de Almeida-Guilherme de Se- ,·· tubal, romancista. Apertou ·me a , mão cordialmente e pergun– tou-me, zombeteira: - Atacado tambem do"mesmo mal que este troca· tintas : spleen nêgro, cinzento, amarello, sei lá de que côr ou nuance que anda a grassav, ein caracter epidemico, entre os intellectuaes citadinos? · Rimos. todo, e, travadà. a conversa sobre o meu ultimo livro, bem depressa verifiquei ser, o espir.ito dessa rqulher, um requinte de cultura in– commum, expressando-se por uma forma origi– nal, toda propria, dotB.ndo os vocabulos de um sa– bor inédito, de uma musica singularmente harmo– niosa, e de umà especie de perfume mágico, de phil· tro mysterioso que prendia, seduzia e encantava ao evolar-se. E, illuminando os meneios e as pala– vras, aquelle sorriso extraordinario, ingenuo e mal– doso, mystico e sensual ao mesmo tempu, sorriso que me acompanhou peJa existencia afóra, sorriso que, sempre, parece-me divisai-o nos labios de u111a imagem sagrada e na bôcca de uma venus-vaga qualquer. · Nesse qia, empós o jantar, charutos entre os dedos,' os corpos repousados ·nas maples afôfadas,
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