Femea

PÁGINA 90 AN'I'ONIO TAVERNAHD - Ocês me pagam! ... Respondeu-lhe o urro longinquo de uma onç·a no cio. Dois mêzes depois, peio meio da tarde, Chico Bento, apanhando o «4--!» e um rôlo de ·cordas, murmurou : «Chegou o dia)), e embrenhou-se. Já conseguíra todas as informações, todas as certêzas: quem lhe roubára a · mulher fôra o Es– tevam, o «Anta», latagão mesti<;o, apontado autôr de duas mortes, «bicho baita» no ;::anêjo da «per– nambucana)), residente na outrn extremidade do, seringa 1. Chico Bento protelára até então, ruminando a sua colera, com a paciencia da giboia que demora a dese,nrolar seus aneis, mas que, q'!ando-desfere o bote, não erra riunéa. Varios p lanos lhe haviam enxameado na mente , exaltada : bater-se peito a peito com o rival, esperai -o de emboscada, ,,aral-o com um tiro certeiro, e ir, depois, estraçalhar a a adultera, a facadas; \e outros -e outros. Afastá– ra-os, porem, pois ·sabia incertos os seus resulta– dos. Na luta peito a peito, levava desvantagem devido á c<;Hnpleição franzina e combalida. Na to-. caia, receiava ser môrto sem realisar a Yingança s.onhada. Além disso, dum tiro ou. duma punha– laçla, a morte era relativamente rapida e suave., E elle quel'ia que ambos soffressem em equiva– lencia ao que lhe haviam feito soffrer. Delineou, afinal, um projecto que devia ser muito barbaro e seguro, pois o sorr'iso que lhe arregaçou os beiços gretados, ao .concebel-.o, analogava ·3C ao arrega– nho satisfeito das fauces da féra ante a presa inerme.

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