Femea
PÁGINA 86 ANTONIO 'fAVERNARD Dearrte delle, contida pelo fragil limite da mi-· nµscula clareira em cujo :centro, encostada á sa– popema de urna sumaúmeira colossal, a casa, co- ' berta de palha, se esconclifl, en ve1·gonhac\a da sua pequenêz ante a immensidade qtie a cercava, a floresta desenrolava a sua massa vêrde-escura. Cabia a noite . . ·. ·Ao Cl'epusculo, a selva a!lla· zonica é, simplesmente, sobrenatural. Parece que · cada ai·busto, cada g·a!ho,cacla fôlha tem uma vicia. uma vida phantastica em que ha pipilos, fretenidos, gritos, silvos, gargalhadas, uivos, guinchos, bufidos, carcarêjos, roncos e sussurros, tndo amalgamado num n1ido unico, compacto, magestôso que domina, que atemorisa, que esmaga . Para quem o o\1ve pela primeira vêz, parece que toda essa multidão .ele ar– vores, desde a menorzinha até a mais possante, é u,_na turba humana transformada, pelo genio ma– gico de algum feiticeiro, em mundo vegetal.que, com aohegacla das trevas, readquire o dom dá p~lavra para ~pedir, para lamentar-se, para imprecar nessa suprema confusão ele mil rui dos. E, se sopra a venta· nia, tem-se a impressão ele que as infinitas rnultipli· ca9ões de fustes, _cipós, pendões e liames, são braços crispados, contorcidos por uma clô1· desconhecida, a se agitar, 'desYniradamente, numa gesticulação tjue não se sabe bem se é de supplica ou de maldição . . E só então. comprehencle-se a existencia do ,bello-honi vel ... E só então reflexion~·se na audacia gigaritêsca do home•n-pigmeu· em luta com atlantes na tenta– tiva berculea ele desbastar, invadir, povoar; civili· sar esse hintcr-land edênico-infernal, onde à mor– te se 'fragmenta e multiplica' por todos os hiclos, sob . todas as formas, aqui, no e.stylête microscopico do
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