Femea

PAGINA 82 - ANTONIO TAVERNARD ,Quando sahiu da Cathedral, empós um dia cheio de desêjos :rntag·onieos, em que o seu espi· rito borboleteára por todas as corollas elo deva· neio, ora curvando-se, em preces, implorando paz e tranquillidaele, ora cravando-se na in1agom d<>lla, sequiôso da pres·en(a della, elas palavras. della, do cheiro elella, ora acastrando planos fabulosos, divagando sob •as vetustas naves, exercendo, machinalmente, as suas funcções, crendo sentir sobre si, ardentes- e reprovadôres, os olhares da– queHa mó de santos e martyres sublimados pela purêza, a chorar e a rir, a tarde, uma linda tarde de Junho, esvahla-se numa suave pulverisação dé luz. - Na pfl1ça, dando as costas á fachada ·ao tem ~ ,plo bordada de relêvos grosseiros e escurecidos, em frente á igreja de Santo Alexandre em cuj9.· ilharga corria, crivado de janellas, O' p3.redã9 do Seminario Maior decorado por nodoas, verdes de limo, uma hesitavão fel-o parar. Para onde ir? Para a casa ? Isso, porém, era tornae á tentação, incrementar a já vasta fogueil'a em que se consu– mia desde a vespera, revolvei· com -um bisturi agudo a chaga viva do seu desespêro. Da garage do Club do Remo, vinha o ruido de vózes másculas cantando, em côro, um samba car– na valêscó. Oreanças trepadas em velocipedos ro– lavam, rindo e chalrnndo. Veiu-lhe, então, a vontade immensa ·de fica r alli, imrnovel, sem sentir, sem pensar, corno uma cousa qualquer, como a estatua bronzea do fr ei que, no meio do jardim, esboçava um gesto de benção, como a nuvem branca que, no céo azul, parecia um remendo de aruiinho numa cogula de

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