Femea
PAi.H}:A 8 ANTONIO 'fAVERN>PD impressionado, tecendo conjecturas, quasi cre.ndo ter visto uma apparição phantastica, muito linda e heril. Revia-a, tres dias depois, quando, em compa– nhia do Elmano de Alencar-um artista sybarita que andava a pintar, então, paradoxalmente, em meio ao socôgo da ,·ida sertanêja --scenas o typos apanhados pela sua retina photographica de es– theta consummado no dynamísmo das calçadas paris.ienses, durante a sua recen te perigrinagem de vagabundo mi\lional'io at1·avez da Cidade-Luz- , eu visitava o plantio. Assentáramo-nos sobre um pequeno outeiro, á sombra de enorme sumauiueira -pallio verdejante que o tronco gigantêsco sus– tentava com os mil braços nervudos da galha ria,– de cuja froncle filigranada, levantou vôo, grasinan– do, um enxame de periquitos travêssos, tão ve~·des, tão minusculos, tão alígoros, como se as folhas hou· vessem creado azas e fn g jdo ao vento, de r epente. Aos nossos pés, os roçados proximos da colheita, desdobrando a aurea toalha do milharal emboneca – do, por cujos caules acurvados ao peso das espigas se enroscavam as vagens tumidas e gôrclas do8 fei– joeiros, ao lado da faixa ve1·de--escUl'a do n1andiocal viçôso, punham um motivo nacional na planície vas– ta. E, fecundando tudo , garanhão insaciavel, na eterna porneia luminosa, no infindo cio de fauno faminto, o sol continuava a cobrir com beijos de fôgo o seio da amada complacente. • Alencar fazia phrases, restolhando com o re· benque de couro trançado as hervas ao seu a~ cance: -Já r eparaste ser a terra uma mãe vaidosa que só mos tra ao marido-o sol-os seus filhos
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