Femea

PAGINA 70 ANTONIO TAVERNAgD séria, limpava ella, com o panninho de croché, os olhos molhados, que perguntou: -De que se ri, Candoca? --Dessa besteira ele ocê. -Besteira? -Besteira, sim. Antão, ocê não tá vendo logo que num vou casá cum quem não tem de seu nem a paia que o cobre, um homi sem futuro sempre assugeito a trabaiá cun10 nêgo? Adispois, ocê bem sabe qu@ tô apalaYrada cum o Désio Om'nêta. Oie ! vá percurá a Mundica, a ·Jevinha, as outra'. Tar– vez lhe possam servi. Eu, não, -De quem gosto é de ocê. -Mas num sou pros seus deute. E num quero que ocê goste de mim. Ouviu? Nem isso. -Candócn, a lua tá arta, muito arta, tá nó ééo, e é branca e bunita que neni prata. E, nu en.- 1 tanto, condo apparece de noite, o meu cachôrro feio e pirento põe-se a oial a e a gani pruquê gos· ta della. E -ella não se irnporta ·qui elle gosta della. Oandóca, ou para di8Lúçar o despeito que a resposta sevéra do intet'locutô1· lhe provocára, ou pelo simples prazer de chasquear, desatou, de nôvo, as gargalhadas. -Num se ria da disgraça de um homi, Oandóca ! -Ri quem p:)de, sabe? -Sei. Mas porém... Paulino levantou-se do banco, e, olhando-a de frente, calmamente, lentamente, deixando cahir as palavras, compassando-as, rematou o diaJ.ogo dolorôso: - ... não se ria muito, pruquê o riso é baru~ iento, pode chamá :.:t tenção da dô, do chôrn. E adeus ! Inté um dia ...

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