Femea
J.'AGINA 66 ANTONIO TAYERXARD E as horas passavam ... , A brisa fria da madrugada entroµ no apo~ sento, balouçando as cortinas, arrepiante, gélida. De repente, um quasi nada, a simples pancada clo relogio marcando 4 1/2, reanimou .as estatuas, Agora, no entanto, uma tadta calma os empolgava na geral e extranha acceitação da catastrophe como um facto natural. Luiz falou: - Já está chegando a hora do desfêcho, .não, Paulo? · -Sim, -- coufirmou este com a convicção ina· balavel de quem sabe o que asserciona-Talvez daqui a um minuto, talvez daqui a uma hora no maxime>, quem tiver que succumbÍ'r succu~nbirá. -Pois bem ! -fez o outro, emquanto tira"1a, do bolso trazeiro da calça, uma browing cujo ni· ckel faiscou, mordido pela luz crúa dos lampada· rios-Eis aqui alguma cousa que poupará á victi– ma os padecimentos crudelíssimos da agonia. Aquelle que sentir os symptomas iniciaes do en– venenamento rebentará os miolos com uma bala e, prompto ! nílo soffrerá. Sacudiú a arma para cima de uma pequena mêsa de centro, e continuou : -Agora, o que entre vocês ainda sabe rezar que óre por _alma do que vae morrer. . Calou-se. Bastos, baixinho começou a rezar, repetindo, semi-inconsc.iente, as antigas preces aprendidas, em pequeno, de sua mãe, uma velhinha que ainda vi via na singelêza longínqua de uma aldeia nor– tista. ,Mais alto, de quando em vêz, resaltava um amem sussurrado pelos outros num écho· dol-õroi.,o,
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