Femea

FEME -A Ao Fernando de Castro · Refreiando o cavallo--um baio fogôso e faceiro -ólhei, · espantado, aquelle vulto de mulber .heral– dico e ~legante,- que, na payzagem roceira, le~ 7 , brava um bordado de Gobbelin numa téla de chi– ta. Éra a hora em que, da morte do diá, nasce a vida da noite. O occâso e o nascente, um penumbra· do pelo . sol em agonia, o outro árgentado pelo luar recem-vindo, · pareciam duas flôr-es maravj. lhosas-violêta e magnolia-ligadas pelà longa ·corrente diamantina que o estellario desenrolára de um horizonte ao outr.o: Os môrros, a mattaria e a estrada rev8stiam 0 s,e d.a meia-tinta d\rbia · que o crepusculo empresta ás cousas naturaes. Já os arvorêdos mais altos tilrham os cômoros turbanteados ·de crepe. Ao longe, no perfil de algu– mas palmeiras ,~gr:,upadás, havia um quer que fôsse de monjas contemplativas á espera da elevação da hostià lunar. E, no alto da ladeira,. a sombrinha aberta e 'inutil , iatuand@ na perspectiva um ara– bêsco singular, aqueila .silhuêta immovêl-as vés– tias fidalgas cingindo-lhe as fórmás perfeitas, pre· sidia, com a t.nagestade de ur_na deidade hindú, o . rito da transfusão do dia em noite. _. Mirei-a, absôrto, e foi só quando, a pas~os leQ.· tos e rythmados, elll:! desappareceu na QUtr.a en– oósta da cotlina, q1.Hl, de noxo, toque.i a mQn,t:;i,ri~ , ·, ·,

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