Femea

PAGlNA 53 FlOIEA permitlíra as maiores licenciosidades. Levava, pois, para esse primeiro contacto, o lysol ela desc,onflan<,:a e a fleugma de clinico. De rn ui heres, eu conhecia, sirn plesmenlc, o perl"il banalissimo das travialas, da s fa ccis e elas vi r– tuosas. A's primeiras, comprnva-as, dcsfruc la \·a as segundas, e tinha, pelns terceiras, respeito inque- , b ranlavel. Longinqnas de mim, a liherli1wgem de Casanova, a arte de seduzir de Lovelaee e a pene– tr ação de Ba lzac. Estreava, portanto, a minha cu– riosidade em uma dessas figuras amhíguas que só poçlern ser symholisadas no pôlvo que porta a si a viclima, mas tentaculisando·a, cpte a não devora, mas a van1pirisa. Palestramos. A principio, a palavra volubil e encantadora da mo9a teceu cm tórno de mini um rendilhado de themas va rios, algum; mesmos trans– cedentes, deslum.brando -rne com o fôgo ·de·vista de um talento polymorpho, manifestado por um dizer simpl es, quasi simplorio, sem a mancha de um duplo sentido nem a penumbra de uma dubiedade. Se, certo, Ulysses escutou o canto mag11etico das sereias, devia ter sentido o que senti, quando, ao canto de um jardim d e. inverno, sorYendo chá e trincando brioches,· ouvia-a discorrer sobre philo· sophia, artes e sciencias, voando, a lígera, de um assumpto para outro, deixando em cada qual o perfume e o colorido de um conceito inédito. Ao heroe homerico, immunisavam-no cordas que o preavam ao mastro do seu barco. Eu só possuía por mim a fama que ella gosava de perigosa, o aviso dos amigos e o seu riso de Sileno. Fortes peias nas mãos de um sceptico. Fios de linha nas da minha inexperienéia. ·E eu já descambava da hostilidade·

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