Femea

. ' AQUELLA MULHER .. . Ao' Valente de Andrade Dentro da gav.êta claqüelle velho que morreu, miseravelrnenle, no _hospício, rasgando as ·ve ias do · · pulso . com uma dentada ; encontraram, . no fnndo de uma caixa de láca verrüelba, entre outros papeis amarellecidos pelo tempo-cartas de amôr, diarios, contas de modista, ensaios li terarios, etc. - as pa– ginas que se seguem, visivelmente escriplas por de– dos nervosos; plenas de emendas, riscos e borrões; quasi -indecifr~veis, sem data, nem titulo, nem re · mate. · , Phanlàsia? Rea lidade? Sabe-o o môrto. · « lghoro se a sua mãe foi uma nevropatha e seu pae um alcoolico. l\las o facto é qu e ella era uma degenerada. · • Quàndo a conheci, 01;phã., vive11do sob a tutela frouxa de uma tia ·mentecapta, estava nessa idade e1n que dentro da: fór.o.rn 'definitiva do corpo, o es– pi1' ito se l)lasma tal qual . perdmará em todas as evolucões da existencia. . . N'unca pude acbal-a bonita. Para mim', a ver~ d 9 deira belleza feminina íllide complelamente esse t)i po androgyno de éxpressã() ousada· e de contar~ nos variavcis que ora se expõem cheios de carne,a1;· redondados, macios, e ora se patenteiam angulosos ' . y

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