Femea

. PAGINA 47 .. FEMEA ésfaimados. Ao- approximar-se, uma_. vozin.ha !cJS• . ganiçada de criança bateu-Ih.e nos ouvidos : ·-Mamãe, lá vem papae. . "' Em seguida, contundente, aggressiva, brutal, a da mulher : ' · . - Vigie isto seu cachorro ! . . . - Olhou : no leito da rua, espalhados, quebra– dos, os seus moveis, os seus cacos. Uomprehendeu. Era o despêjo. O despêjo ordenado e executado por ene· não ter pago os alugueis da cafurna ensa· .pésada em .que vivia. . · Não , pagllv.a. porque não tinha o que ·comer. E, por isso,-já se sabe-um senhôr juiz ,muito bem vestido e melhor aljmentadç,, a fami)ia cerca- , da de confprt@s, baseado em codigos escriptos por outrQs magnatas tambem, sacudia-os, elle, a mu– lher e os filhos, para o olho da rua.. Que engra– çado ! ... A cachaça de ha pouco pintou-lhe nos labios um riso alvar, ignobil, idiota. A esposa vrn o sorriso, ·e, logo, tremenda, espoueou numa des· compostura, em flexões de cplera, queixa, chacota e 'revolta: -E tu ind~ te ris, hein, cachaceiro? Ris pru– quê eu e os teus filhos, pro causa da tua preguiça_ e das tuas carrasp.ana, adispois de não se tê ó que comê vae ·se ficar sem cobertura que nem os sapo'? Ri, _anda, sem vergonha ! Pruquê então fi– zeste famia? Pruquê arranjaste muié se não tinhas corage p'ra sustentar-lhe? Pruqµê? Na certa, tu tava pensando qui eu ia trabaiá pr'a ti. Mas toma. : . . E fazia um gesto obscêno pará elle que, ba– lançando-se como um pendulo, estupidificado, ;,i emoção varrendo-lhe a embriaguêz, proc~rava; sem saber porque extemporanea connexão de id_~as,, j

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