Femea

DE QUE MOE.RÉU O "M_ANDUCA LAMBÃO,; · · Jo. Fre_derico Nobre Limpou a bocca onde a cachaça deix~ra resa– bios amarg9s antes de deslisar, ardente como bra· sa líquida pela guéla abaixo. Care'.oou, repuxando as -pelhancas murchas e lassas 11 uma contracção grotêsca de nôjo. Ouspalhou em esguicho . O escarro bateu no chão sujo, num plaft '. breve, coalhan· do-se, para, logo depois, _sumir-.se apagado pelo cal– c'anhar descalço do homem. Jogou, sobre o balcão · gordurôso,pagando a canna, o seu ultimo tostão já esverdinhado, já sór-dido como o doho. Pensou, depois: . - Por que não comprára um pão ou um punha, do de · farinha que lhe enganasse a fome com a mentira da sua nutricção pesada ·e balôfa, que lhe entaipasse o buraco dõ estomago vasio com a argamassa molle e insípida do chibé? Por qúe o bebêra naquella copito e1hbaciado, di~solvido ·em alcool, líquefoit<? em veneno? . Elle proprio, de si para si, expli cou, sacu~ díndo os hornbros , esgarçando os labios arrôxea· dos num esgár de pouco caso : · - Porque aquelle gôlo criustico de aguardenttJ, além de mascarar a fome, · fazia mai::,: envolvi a 1 •• entorpecendo-o, o soffrimentoda realidade da v ida: Durava pouco a hypnose -alguns minutos, àlgumas horas -e não o felicitava, certo, mas, no entanto, tornava-o estupido, apalhisando-o, embrutecen~ ~.

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