Femea

PAGINA 38 ANTONIO TAVERNAR'D ! A berrar o seu businar estridente, carregando no ventre inc,;aciavel,f eridos e cadaveres, as rodas incrustadas Ele lôdo, a cruz symbolica ahrindo em seus f Jancos os seus braços vermêlhos como a chaga: . produsida por um punhal nialaio, os carros da as– s_i·stencia perpassavam rumo aos hospitaes, rumo aos necroterios. Fechadas e funebres, encostando S8 umas ás outras, num desejo de apoio ·e protecção recipro– cas as casas tinham, nas fachadas, um não sei que de sem_blantes humanos graves ·e sombrios. De algu– mas dellas, sahia, ás vezes, um murmnrío de. rezas , .e solµços abafados por labios dolorosos de mães, esposas e filhas c.ujos entes queridos, desvairados por uma utopia .extremada ou algémado~ pela discipliM 1 expunham, lá fóca, o peito ás balas ho~ micidas. . Alli, numa choupana de arrabalde.: a mão forte de um soldado martellando na porta, impa– ciente, apressada ... ·uma voz de mulher, tremula, medrosa: <<Q-uem é'?» ... «Dona Zepba, venho lhe dizer que o Pedro, seu filho, tá baleado no canto da 14». . . «:Minha Nossa Senhora» ... e um co· ração que vem á bocca num solaço ... e um corpó que baqueia num desmaio ... Acolá, nu'm palacête luxuôso do centro, a sce· na que se repete guasi sem variações, com o HleS'.· mo pranto, córn a mesma dôr. E, por sobre a ansiedade das gentes, o ri– bombar soturno e cavo do cal1hão, matando ... e por sobre o ribombar soturno e cavo do canhãó matando, o declinar arrastt:ido e melancolico dô sól, morrendo . . . · -Toma, filhinho! . . . Cheira o ether e acal~

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