Femea
AN1'0l\"JO TAVERNAHD l vulto saltou para dentro. O moço quiz falar. Não poude. Um perfume mórbido de priprioca e doas braços nervosos envolveram-no, embriagaram-no, derrubaram-no, emquanto, na ::ma bocca sêcca, dous lv bios humidos e agridôces como muitas fru– ~tas amassadas esmagavam-se, sugando :. : A alma das mulheres é a amálgama subtil de muitos paradoxos. A contradicção plasma-a, o inesperado caracterisa-a. Inconscienta, automati· camente, ignorando quasi as forças poderosas a que oberlece, cüutrariando todas as leis, todos os .princípios, indo, 1~rnitas vezes, até contra a propda vontade, concretisa actos taes, tão dispares do seu procedimento anteriôr, da norma de condpcta a si tt 1 açada, calma e serenamente, empós longo es– paço de locubrações e experiencias, que é a pri· meira a rejeital-os como um somnanibulo nei;a as acções praticadas durante a crh;e, Dahi, a sua es– phyngica impenetrabili-dade contra a qual se em– bota o bisturí da mais fina analyse e a lancêta da mais pura psychologia . Quantas vezes, uma mulher-chame -se ella Mundica ou George Sand, tenha por amante um Anacleto ou um Musset, rescendendo a bogari ou a kananga, entrajando chita ou farfalhando sêda ·-não vae, num segundo, depôr, nos labios de um homem, o beijo que,, durante horas inteiras, guar– dára para a bocca de outro ? ! ... . · · Quantas vezes, quantas, uma mulher, seja ella levi[lna ou sincera, vestal ou magdalena, de todos ou de um, após ter, .durante muito tempo, estu– dado o affecto de um homem, .certa de que em seus braços' irá encontrar. a felicidade pel'feita
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