Femea
\ PAGU..A 28 ANTONIO TAVERNAl\ D mesmo gôsto exquisito de muitas fructas amas– sadas: cajú, araçá, mm·ici, sapotilha . . . O Anacleto, deitado de peito para cima na tol– da esverdeada da canôa, os braços musculosos e morenos travesseirando -lhe a nuca, reflectia nessa analogia sem querer, sem saber mesmo porque. Emballada, rythmicamente, pelo. fluxo e re– fluxo da maré vasante, a «Flor das Aguas», faceira so.b a pintura r~cente, cochilava, amárrnda á ponte, acalentando o scismar absôrto do homem. A Mundica e o t~rral como se pareciam, santo Deus ! Tanto, tanto que tinham até os mesmos defeitos : eli'am caprichosos e davam-se a todos. Sim, aquella mulata, a mais linda do Mosqueiro, aquella tentação de seios túrgidos e atrevidos, bocca polpuda e rôxa de cará, passos meúdos e dengosos como os das roli nhas a mariscar; aquella cujo nome andava na queixa apaixonada de todos os violões da villa; aquell a por quem, certa vez, dous cabr·as se extriparam, numa feira ; aquella por cuja causa uma desconfiança surda e latente garroteára a antiga amizade expansiva entre elle e o Zeca, seu companheiro na labuta árdua . da pescaria, era uma perdida, uma .. . -Ih! Nacleto ! Ocê tá drumindo, molong6 ! E spantou-se e ergueu-se, deslumbrado . Elia. Lá estava á beira dagua, v istosa, numa saia de chitão encarnado, mordicando os g lóbulos insipi · dos de um cacho de maraj ás. - Xentes, ocês não falam ! Tirar am arguma loteria ou fic aram pal erma que nem lêsma ? Mas, agora, ell es fal avam, tartamudeando : - Bastarde , Mundica l E lla riu, g aia ta, ~esse cumprimento chôcho e
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0