Femea
PA<HNA 21' FEMEA era som nesse segundo maldit0 parecia gargalhar macabra, satanicamente, e berrar 1 em ronquidos e urros: -Femea ! Femea ! Femea .. '. ... Um.a pontada aguda mordeu-me a nuca, mi– nhas pernas fraquejaram, rodei sobre os calcanha· ri:rs e ia est::i.telar-me quando senti, muito vaga· mente, dous bra~ços me ampararem, um contacto gelado num pulso, uma gótta de liquido môrno sobre a testa, o echo de um soluço longínquo, uma escuridão completa, depo.is , mais nada., . Ao abrir os olhos, Elmano, aos pés ·do leito, fitava-me, fixamente. Mirei-o, tambem, a mente en– vôlta en\ ligeiro torpôr, a in telligencia abstracta e nevoenta, ó cerebro atordoado. Assim, um minuto se escoou, vagarôso, mas,·antes que findasse, lem– brei-me de tudo, fiz um e·sfôrço, levantei a -eabeça dorida, quiz falar. Elle, porém, num gésto de mei· ga energia, obrigou-me a recostar nos travessei– ros, e pôz-se a contar, nui:na pressa de' quem rela- ta um episodio que lhe foi terri vel. · -Naquella noite, ao te ver sahir, advinhei o teu papel naquelle drama e aonde ias. Tirei um punhal da minha panoplia, e, sem que presentis– ses, segui-te os passos sob a tempestade até a va– randa da « Villa Alegre» . Approximaste-te da ja· nella, e eu de ti, a lamina erguida no ar... Ia ferir, . quando viste•.. vimos aquilto. Cambaleaste, am· parei-te E\ com a mesma arma destinada ao assas– sinio, sangrei·te, ata lhando a congestão. Ha tres dias que E;stás se.m sentidos e ha um que te trouxe para este saqatorio. Os medicos declai:am o· peri~ go af.astado. Depois da convalescença, embarcare-
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