Femea
PAGINA i83 FEMEA Ha um guincho infernal no teiephone, sil· vando: · -Helcio, Helcio, vem! Sou eu, a Fortuna ... Anahyde-a Fortuna . Ghislaine-o Amôr. Loucas! Chegaram tarde demais. Antecipou-se uma terceira que as preteriu. Uma terceira que me dá, na fronte, gelado beijo atravez do roçagar, em uma das minhas temporas, do cano da pistola. Quiz gritar em despedida suprema: «Ghislú– ne !», «Anahyde !>J, e chamei <(Mamãe!». Porque? Porque, no ultimo arquêjo de um homem, o amôr e a ambição, tudo foge e se esvahe e desapparece para dar lugar áquellas cinco letras misericor<tiosas, letras eternas, as unícas que não se apagam nunca nas paginas da nossa vida. Vou apertar o gatilho com a mão esquerda que está firme e resoluta, emquanto com a direita que treme e se arrasta, quero deixar graphado meu derradeiro desêjo. Oxalá que a minha cabêça, varada por uma bala, vá cahir, morta entre os volumes luxuosos dos meus livros que estão sobre a bureaum-inistre, isto é, que vá tombar, suicida e assassinada, como um símbolo sangrento, entre « O côrpo » e << f,– alma >) ! Lindo!
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0