Femea

PAGINA 177 ANTONIO TAYER~AJloD . de mulher tentava limpar, com um lenço, os salpi– cos sujos com que a minha manobra precipitada lhe borrifára a saia. Incluo-me ent,re os que pen;,1am nijo ter direito de reclamar. jactos de lôclo os que anelam a pé contra os que passam de automovel. Dessa vêz, porém, freiei o carro, saltei e fui apresentar des– culpas á prejudicada. -Que não fôrn nada ... -respondeu-me-uma co~sa casual e tão insignificante! ... Nem merecia o iucom1i10do de saltar. A vóz infantil-guizalhar do canarios belgas trinando numa gaiola de chrystal-obr;igou-mo a fixar a attenção no rôsto que se escondia sob mo– desto . toque ele crópe. Era lindo. De um pallido impolluto de rouge, olhos azues de céo lavado, a bocca pequena talhada em losango rubro entre duas covinhas mimosas que o sorriso lhe cavava junto ás commissuras. FacP- de lady Godiva. 'Perfil de Monna Vana. Vestido de sêda barata. Pela primeira vêz, em frente a uma mulher, a phrase, sempre prompta e lesta, acovardou-se-me num remoneio confuso. E, ao retomar o guidon, .fulo pela minha récente figura de collegial no primeiro namôro, jurei aos meus botões de Love– Jace em x:eque, fazei-a pagar muito cara a victoria de ha pouco. Entretanto, em casa ou conversando com Anahyde e até em sonhos onde me appareceu pela mão de transluoicla vizão em cujas feições julguei reconhecer as de minha mãe, a sua ima– gem não me. deixou a mente um istante siquer. :E, ao despertar, ao cahk-me a vista sobre a faixa ele luz matinal que golphava pela vidraça da janella, o pensamento foi-se·me para uns fiozinhos de ca-

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