Femea

PAGINA 170 ANTONIO TAVERNARD pectivamente. Pois berp I A critica razziou o pri· meiro, e alçapremou o segu\1do. O que era moral e moralisava deu-me prejuízo. O que porejava rea– Hsmo fescenino trouxe-me para a bolsa algum con– tos de réis. Ah! a fallencia dos Catões e o succes– so dos Aretinos.; . A licção serviu-me. Della, ap– prendi a fazer o que não penso e pensar o que não faço. E, assim, o qu.e pareço ser vae indo de victo– ria em vjctoria sobre .o que sou de facto. Não impera em mim nem o bem nem o mal. A preponderancia desta ou daquella entidade espiri– tual depende das circumstancias contras as quaes quem quizer lutar merece o apôdo de sui.ctda a que faz jús onaufrago que bracêja contra á corrente. Defino os virtuosos· como entes que não go– sam da coragem de ter um vicio. Creio em Deus porque duvido dos homens. Guardo, da honra, uma noção especial, isto é, uma dupla noção: a que prego e a que uso. ,A's religiões, enxergo-as çomo formulas converi~ cionaes, producto humano e, por consequencia, de– feituôso. Tentei, certa vêz, commungar sem p·assar pelo confissionario. Nã.o m'o consentiram, vedando-me por conseguinte,. a recepção do corpo de Deus por· que não qujz revelar os meus segrêâos a um ho– mem. Lindo l Se versej asse, seria satanico como Beaudelaire e, das minhas mãos, como de um canteiro estru– mado de loucuras, brotariam ramilhête-s de flôres do mal. Entretanto, já que Orpheu nãÓ me em– prestou sua lyra, admiro Virgilio, Theocrito, Ber– nadin e todos os bucolicos ingenuos. Li Dante no original. Sua penna foi sublime

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