Femea
PAGINA 164 , ÃNTONió TAVERNARD Almo ouvia o cantico de todos as sereias tyr– rheinas, e de todas as yaras amazonicas. O vento enlaçava-o com tentaculos fluidicos e repuchava-o pàra o abysmo. E, já, para elle avançava, trope– gando, ,quando, leve piso machucou a areia, e o vulto fino de Alba Lucia alvejou bem perto, como opalescente silhuêta realçada pela moldura nêgra da mattaria, ao fundo. Então, á magia do elemento, succedeu a ma· gia da mulher. Elia falou-lhe com o aprumo de quem se re- freia e não se intimid[! a tentações : . ·-Perdôçi-me a demora! Roberto só agora me deixou. Você, certo, já descria da minha vinda. Sem o nome do outro que o v'arára como uma púa embebendo-se rio ámagci de uma prancha, elle ficaria mudo, no êxtase de possuil-a junto a si, e na confusão da sua exigencia leviana. EUa, po· rém, dissera: Roberto. E, acicatado, o amôr-pro– prio desencantára-o . Respondeu: -Você interessava-se em demasia para faHar. -Nem porisso. As minhas cartas nada inse- rem que me comprometta. São 111éras missivas de namôro, lugares-Gommuns de todos os idyllios. Não valem uma chantagem. A ultima phrase doeu no seu interlocutôl'. A môça percebeu-o e, logo, arrependida, remediou-a, suave, apiedacla: · . -Nem você seria cap11z de intentai-a. A commiseração, ás vêzes, fere mais que a inju– ria. O aêdo çl.a c,Illusão Divina» retorqµiu, sarcastico: -Quem sabe? . · -Oo1ü que fim? - perguntóu a noiva de Vero– ne210.
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