Femea
PAGINA 158 ANTONIO 'fAVERNARD presos na mesma jaula, ora ordenadas em rario– cinios, a logica encadeando as, ora arrepelando-se em delirio. desvairadas pela logica, arquejando abocpanhado pela dua lidade psychica que, sfornlta– neamente, o empurrava para a morte e o pregava na vida. O instin@to de conservação (algem 1) gri– lhetava-o. Arremeçava-o (bombarda) o desespêro: !caro e Prometheu. Mas :caro de pés soldados á rocha; mas Prometheu de azas batenão no ar. QÚerer morrer e querer viver. Forças iguaes. Arm:is as mesmas. E esse será ou não será-enrosca· -va-se lhe pela sensibilidade, tl'ípudiava em seu tha· • lamo cerehl'ino, dolol'isando lhe os musculos, te'n-. sa:ndo -lhe os nervos, incendiando-lhe as entranhas, . pondo-lhe, na epiderme, successivas rajadas de fôgo e de gêlo, infiltrando-se -lhe pelos pulmões, accele– , r,ando-lhe oco.ração, torquezando lhe a trachea, lai– vango-lhe ele alóe os labios exangues, breando-lhe as pupillas com uma pasta suja e espêssa em que · · havia Jampêjos sulphureos, pedacinhos de relam– pagos, fragmentos de santelmo, poeira .de fôgo-fa tuo, vibriões de áscuas, toda uma decomposição da luz, toda uma illuminura de pezadêllo, toda uma demencia de retina. Queria morrer pnrque não podia continuar a · viver. Para isso, viera alli, á borda da bahia . Queria viver porque ~abia não poder matar-se. Porisso, estava alli petrificado, como se suas pl~mtas se houvessem enraizado ao pavimento. · Querer e não fazer. . Fazer e não querer. Ser, ao mesmo tempo, gladio e escudo de uma vontade bipartida . Que cousa horrível! Dir-se-ia loucura, aquillo. · ; ,
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