Femea

PAGINA 157 FEMEÂ. Hora da formação e da decomposição, da ger– minação e do extermínio, do protopl;isma e do es– quelêto, da bellêza e da aberração, elo soluço e da gargalhada, do avanço e elo recúo, da harmonia e do choque, ela ordem e do cháos. Hora em se ad vi– nha a ansia immensa elo rochêdo em desejando im– poncleralisar-se, e a magn;i cobiça do ether de fa– zer-se. pedra. Meia-noite. Hora em que Arquimedes e Ho– méro, Gallileu e Dante, Va-sco ela Gama e Camões, Colombo e Cervantes, Napoleão e Hugo, Newton , · e Shakspeare, Guttemberg e Beethoven, Ecison e Lincoln, Tiradentes e Ruy Barbosa, fecundados pelo genio, deviam ter parido a concepção dos seus feitos formicla veis. Meia-noite. Hora em cujo badalêjo, quer seja no hospital ou ou baile, no lupan·ar ou no mos– teiro, no calabouço ou no transatlantico, no cemi– terio ou na creche, r~a choça, ou no palac:o, no subterraneo ou na tôrre, se presente a vóz de Deus, magestosa, indefinivel, multisonante, per– correndo todas as camadas da flexão e do som, desde a da colera á da suavidade, desde o do tro vão ao do murmurio, clamando: -Tudo é nada ! O homem que estava. bêbedo e chorava, sen– tindo a: influencia magica da hora enxertar:-lhe na alma uma capharnaum de sensações e sentimen– tos os mais oppostos--de rapto e de movimento, de devaneio e de acção, de calma e de phrenesi, de mudêz e de brado, de oração e de blasphemia- · as idéas üesboccadas na mente em galões medonhos, atropelando-se entre si, conio leões hydrophobos

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