Femea

ANTONIO TAV~RNARD ter resolvido a mais tempo . Palpou o bolso tra· zeiro tjas calças, procurando o revolver. Não o encontrou. Esquecêra o, ele certo, em casa, na se– cretária. Isso, porém, não possuía a mínima importan: eia. _Somente, retardava o clesfêcho por alguns ins– tantes. ·A resolução suprema devolveu lhe a conscien- cía d.as cousas . Olhou em tôrno. · Amanhecia.. O firmamento empastára-se . de . rõseo-c!aro. Bondes, attestados, trafegavam, ha– rulhentqs. Peões desfilavam, celeres. Pregões di– . versos enchiam o ar. ·, Poz-se a ancfar em direcção ao lar com a cal– ma dos condemnados rumando para o patibul-o. delineando o plano: escrever duas ou tres li– nhas, explir;ando o seu acto como producto de aguda neurasthenia, depois, varar o coração- com uma bala. Tão focil ! . Chegou á sua moradia·. Abriu a porta. En– trou. Ao atravessar a varanda alegrada pela to– nalidade jovial dos móveis côr de bacaba, fel ·O estacar a vóz mascula do irmão· mais velho in– terpellando-o, severo : -Então, a esta hora é qu@ você entra em casa no dia do anniversario de mamãe ! Quasi que iamos para a missa sem você. · O anniversario de mamãe. Esta,s palavras pro– duziam-lhe inenarravel impressão. O anniversario · de mamãe. Sim, era este o seu dia. Porisso, o ir– mão (3 as irmãs alli estav_am, madrugando, _sobra– çando ,embrulhos e flôres para serem entregues á progenitôra assim que esta sahisse do quarto. E elle que o esquecêra, na sua allucinação... E ·

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