Femea
PAGINA 151 FEMEA CriptiVel em que nada via, nada ouvia, nada sen– tia a não ser a certêza de que, a cada passo .seu, : se escancaravam as mandibulas d6 abysmos im- , mensuraveis. Cego estatelado no apice de uma i cordilheira, sem guia nem bordão, quem o collo– cára em: transe tão atróz? Ella, a mulher na qual synthetisára o seu bem maximo. E era isso que, niais o angustiava. · A bofetada que mais doe é a recebida da mão . que afagamos. Da bocca que beijamos advem-nos o. escarro qne mais conspurca. O desespero estraçoava-lhe a filma, o aecen· ; dia-lhe loucuras no eerebro. Iclóas terríveis rodo . piavam-lhe na mente. Nenhuma recriminação, po· rem, escapou se lhe dos labios febris para a cu!· 1 p.ada. Parece incl'ivel, mas é-o de facto: o soffri– mento que provem do ente amado sobre tudo e . sobre todos não nos origina a vingança. A maldi · ção que sobre elle l_ançassemos teria muito de · benção. Não, Sarita não era responsavel. Servira, ape– nas, como instrumento nas garras do destino e;rnel. Assim corno um vehiculo da fatalidade. Mas ao destino e á fatalidade, elle sabia um meio se– guro de escapar se, uma evasão infallivel-o sui· cidio. Idéa tramenda que ao seu delírio se apresen– tou naturalmente, e foi acceita mais ,haturalmente ainda. · · Nas grandes tempestades moraes, o que, ·na· e.µoca de serenidade, parecer-nos ia monstruôso, . surge envôlto numa simplicidadeextraordinaria. Ao. que os outros chamam loucura, nós damos o nome de l9gica. Sim, matar-se-ia. Espantava-se até por tal não ,
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