Femea

PAGINA 150 ANTONIO TAVERNARD de agora, como uma massa de granito em que se apoiára confiado, ao alluir; colhêra-o em cheio, esmagando-o. E, como sem sonho e sem amôr a vida -torna se um i:rnteriali.smo objecto e tôrpe, qualquer cousa ele rigiclo e frio como a lapide de um sepulchro, materialismo que repe!lia com todas as véras do seu alto gráo de emotividade, rf.)co· nhecia impossivel o existir. A vida, na sua nobre e legitima significação, não é somente o satisfazer de umas tantas neces– sidades physicas mais ou menos grosseiras; é a ascenção maravilhosa do espírito em busca de ideal en1 que se cifrou a perfeição absoluta. Viv,w sem o almêjo de uma finalidade elevada é cumprir, apenas, a parte rasteira de uma missão sublime. , Viver assim nivela-nos aos irracionaes: Viver as– sin1 apaga a differença entre o homem e a bêsta. Carlos teve o seu ideal. Para realizal-a,. hy– pothecou o que ele melhor e de mais puro possuía. Deu-se todo á corporificação ,que seria explen– dicla e magnifica tal fôra a concepção. Nelle con– centrou de tal forma os seus gestos pensan:ientos e aci;ões qne quaesquer destes ou se basificavam ou pendiam para aquelle como apresados de um poder de attracção irresistivel. O seu ideal não era delle. Elle é que em do seu ideal. Do seu unico e immenso ideal-Sat•it.a . .. E eis que, agora, brutalmente, aquelle se extinguia como aos olhos soffregos do pilôto, em mar desco– - nhec!do, sob tenebras impenetra veis o fanai que o norteava . . Sarita reppelira-o . E o vacuo se fizera 8m seu redôr. Vacuo corrípleto, irrornpivel pela luz e pelo som do mun~o · exteriôr. Vacuo medonho, indes-

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