Femea

OMELHOR PRESENTE Ao meLI tio Fernando Frazão E aquell a dôr de cabeça cada vêz mais Ja·nci– nante... Parecia que o 'estivessem coroando de espi – nhos. As veias da fronte entumesciam-se lhe, 'víola– ceas, com os gorgolêjos do sangúe accelerado. Desde quando a sentia ? Desde sempre, talvez, actormecida nos 1;efolhos cerebraes, para irromper de chôfre, terrível, enlouquecedôra, assim que a Sarita lhe manifestára a sua inabalavel resolução de acabar com o noivado que os ligava numa ,teia côr-de roi,a de affectos e meiguices. Porque, de facto, a Sarita, a f>Ua Sarita, aquella moreninha que elle amava desde a infancia, rompêra as suas relações passionaes, expulsando ·O como a um in– truso, farta de tanta ternura, cansada de tanta dedicação. E o motivo? Sim, qual o mot.ivo? Duas horas, gastára-as já, duas longas horas de a.gania, procurando o, procuranqo-o... Debalde ! Os postes as mang:ueiras, o casario adormecido, ao elle lh 'o perguntar, semi-inconscrente, tartamudeando, bê· bedo de angustia, fica Vam mudos, hermeticos num silencio bruto que o varava como uma lança. Não sabiam, não podiam saber . As cousas só ·podem servir dA receptaculos ao que sentimos como cofres cerrados, sem fecha~m·a,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0