Femea

PAGINA 15 FE~fEA luar... Cerrei as palpebras nqm rictus de dôr, levei as mãos á garganta onde o estupôr da cólera e do despeito murava-me a respiração. A minha intelli– gencia naufragou num pélago rubro .de demencia e gritou~me : · -«Mata! Se és homem, mata!> Saltei o gradil, a aléa que me separava do , carramanchel, prompto a estràngular, ' mas só a ella encontrei sob a cúpula verde. Devia ter du– rado muito o meu alheiamento de ha pouco, pois, setn que o presentisse, Elmano se fôra, deixan– do-a embevecida, ébria de amor, sob a poalha lactecente que o luar derramava de cima em chuva imponderavel. · Ao divisar-me, levantou-SE\ num susto que, pelo reconhecimento, transformou-se num sorriso de recepção·amistosa. . . -Guilherme, você quasi fazia-me gritar. Não respondi. E, rapido, brutal, fincando as mãos crispadas em suas espaduas de alabastro. enrou– quecido, face a face, os hálitos confundindo-se, num a.mplexo de panthera negra, i:mssurrei-lhe num tom de doma:dôr que ordena a_leôa rebelde salte o arco de papel, e no qual esta advinha ~ estalido da azourragada que lanhará o seu fulvo.dôrso, se des- obedecer ; . -Flavia, eu te amo, eu te quero. Tu serás minha! · A leôa, hypnotisada pela ,audacia do homem, saltou o arco: -Já o sabia, Guilherme. Amo-te, tambem e– serei tua como tu qurzeres. -Amanhã, romperás com Elmano ! -Sim, amôr !

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