Femea
PAGI-NA 121 FEMEA -Eras feliz? -Tinha a VE'ntura cio habito que fórra a con· sciencia. Bem depressa a perola cahida no ludreiro ::icostuma-se á valva de lôdo. A's vezes, porém, não deixa de ser perola. Perola enlameada, que imf porta? mas perola ainda. Foi esta a minha desgra– ça. A sua delicadêza, a sua doçura de trato, a sua nobrêza de caracter, como ingredientes fataes, produziram o philtro do meu amôr desvairado, a aqua-tofana que, me anniquilou a tranquillidade da existencia. Já viste essas mágicas.em que a escuridão da da noite se .rasga para patentear, no fundo do scenario, deslumbrallte archànjo halado de clarões auroraes. Assim o que se deu no meu espírito ao surgh~o amôr.. • A principio, minha vontàdA intentou esma- . gal-o. Lacoonte resistindo ás serpentes, zimbro apagando um vulcão, átomo oppondo-s6 a cataciys– mos~ fraquejou e tombou, pulverisada. ·Do amôr para a paixão, e desta para a idolatria. fpram as– censões seguentes, immed.iatas que realizei não sei por que azas emprestadas, talvez, por Deus, por ' 8atanaz, talvez. Elle, sem querei', concorria para a minha clemencia, lendo- rrie versos, aconselhafü do-me a regeneração entr~amostrando-me a possi· tiilidade ·de um lar, de uma famili'a. Ouvindo-o, . a pero'la tomou-se de asco pela podridão que a cer: ·cava. Planejou deixar o muladar, evadir-se do am- · biente tenebrôso em que jamais proferiria o «Eu te amo!~, redemptôr. E ia executai o, prazeirosa, radiante, surprehendel-o com a transformação mi· raculosa,idestruir-lhe os titubeios que a minha cê– gueira e1xergava na sua mudêz, quando, uma tar-
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