Femea

PAGINA 126 ANTONIO TAVERNARD e tenta arrancar o incauto á sombra rnalefica, sem présentir que, para aquelle n arvore da morte será o arbusto da felicidade. E a mu)her-mancenilha luta, anseia por explicat;·se sem ºque a compreiien· dam, sem que a queiram compreheJ1der. A coitaria, fatalmentE;J, , é vencida, impossibilitada de pegurar a sua Estrada ele Damasco pela'S fundas raizes do precon'ceíto, 011, se O preferes, da. sua ba'ixêz1;1. Nisso de Prometheus, condemna-se-lhes a culpa, e · enalt.Ace-se as correntes, o Caucaso e o abutre. Fincou-me no braço as unhas ponteagudas. Inte1·vallou, fatigada, o jacto das palavras. Apa·, gou com os cílios descidos o larnpê jo de revolta dolorosa que, nas pupillas, lhe. accendêra a invo~ cação das injustiças humanas. Gritou para o gar~ · çon um pedido de absyntho. E, vagarosa, retomou a, narração . gottejando as phrases, phrases-pingos de pt'anto -que, congeladas no tôdo, formarama sta– lactite do desabafo cruento de uma tragedía intima: :-Quando elle veíu para a minha vida, esta era um perpétuo leilã_o, um mercado de beijos, um balcão de afagos. Mais teria quem mais desse. EJ os pt'eços, caríssimos. Como cahi? Levianamente. Fôlha que o vento arranca e o trem.edal recebe. P1·ornessa ele flôr que a fatalidade transveste em lixo. Historia terrível que a rep,eti-ção frequente ba,nalisou. Um pulha que sabe mentir.-. uma crean– ça orphã e desprotegida que acredita ... ,clépois, rnaib nada. E eese mais nada é tudo. E' o meu quarto luxuâso àe pensão, ' este v,es· tido de sêda, e'stas joias, o opio e a morphina qu~ me intoxicavam e voltarão a intoxicar-me, este fausto ultra -chie -e.xp 1 endido preambülo da míse– ria, elo hospital, ela valla-cornmum.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0