Femea
PÀ~ÍNA 125 FEMEA chama-me : «A mulher que matou ci seu amôr.» Urna deicida. Sorri da metaphora. Interpretoü. n1al o meu sorriso, e rotorquiu, azêda : -O .meu amôr, sim! O que tem? Sabes o que o amôr da prostituta? Observa a ansia do sapo de nivelar-se eom a e~trêlla, o desvairio do gusano de pairar junto á nuvem; a loucura do limo tentando puri~icar se para ser firmamento, emfim, o mons– truôso sonhando com a perfeição. E' uma cousa algo parecida com isso o nosso amôt· de galderias. Quan do elle nos chega, unico, imperocivol, é como se ex. tendessem, a um naufrago a bracejar em lamacento pélago, pulchra prancha de alabastro. Pt·ancha ele alabastro que muito poucas alcançam, que foge a quasi todas. Li não $ei onde: ccA mulhet< por mais perdida, por mais prostituída que seja, só se en. trega verdadeiramente uma unica irremediavel vez, e e;isa entrega de corpo e alma é que faz o encanto de toda a sua vida, toda a força do seu · soffrer, toda a honestidade, da sua deshonra ... )> Eis ahi uma verdade, uma grande verdade dentro de um período. O arnô1· da hetaira só num po1üo contacta-se ao da virgem-no provir. da alma No resto, aquelle differe deste, sobrepujan- do-o ém tudo, até em purêza. - . Somos macenilheiras sociaes. Ai dos que se achegarem á hÇ>ssa sombra lethal ! ... Mas, um dia, elle vem, descuidado, sincero ou fingido. Então, é o horrível inimaginavel. A macenilheira não quer . matar. Almeja, somente, marchetar-se de flôres in– nocuas, e dar ao eleito sombra amena e fructos dô– ces. No entanto, o que vos ehamam a J\!loral vigila
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