Femea
PAGINA 13 FEMEA tente e clamarei á tena e ao cósmos., para que todos, tudo o saiba e admire : « F9i esta que me fez o magno. Foi, esta, unicamente esta. E amo-a, amo-a, amo-a ... » Elrnano falava por entre géstos febris; os · olhos chispando, a vóz extranhamente forte e me– lodiosa, magnifico de enthusiasmo, fé e delirio, o corpo contornado por uma aura phantomática ir· radi ada, talvez, do seu intimo, p!:Jla potencialida– de vibrátil dos nervos retesados por Assa exalta– ção amorosa. Calou-se um instante, passou o len– ço pela testa, encarou-me, sorriu, e rematou a sua profissão passional : -Vês, Guill;lerme ? E' assim que a quero. Não o comprehendeste, certo. Eu nunca o comprehendi. Elle a amava assim, e, no entanto, passada uma semana, amei-a tambem, mais allucinadamen· te porque em segrêdo, em - silencio, tudo que em mim se encerra de lealdade e gratidão tentan– do ca lcar esse sentimento que nasceu com a vio– lenci a espontanea de- um bróto tropical, pl'odu– zindo-me insomnias horrorosas, r ebolca·ndo·se em mim como uma bóia de fogo, intoxicando-me de odio e ciume sempre que, impotentado pela minha covardia cavalheirêsca, assistia o idyllío dos dois, alimentando no meu cerebro um vulcão prestes a explodir em erupções tremendas, indicandó-me a f~ga, como remodio a essa situação desesperada e pregando-me alli, transformando minha vontade - numa marionette que qualquer creança manobra– ria a seu bél- pra:rnr, açaimando-me a bocca com uma mudêz de mumia, collocando em meus olhos · confissões altisonantes, crendo enxergar em cer-
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