Femea
PÁGINA 124 ANTONIO TAVERNARD . tamento, pleonasmo. Tarifam-nos pelas gargalha- das soltamos. Manda vir mais Clicquôt ! E ria, ria, ria ... --Já bebeste demais. . - .Tôlo ! Nunca se bebe demais quando se quer esquecer. -EsquEcer, vês? Tu soffres. Oonta-m'o ! A confidencia é, para a angustia da alma. o mesmo que para a pena physica, o analgésio. Oonta-m'o ! Não responclPu, absôrt:i. na contemplação f'ixa · de uma amethista que Lhe al't'Oxeava a pallidêz heraldica da mão esquêrda. Calmo si lencio debruçou-se entre nós e pôz– nos, nos labios, o seu dêdo gelado. Accendi um cigarro .e olhei a sala por onde a orchestca derramava a plangencia dormente de um tango argentino. Poucos pare;; dançavam, lan– guidamente. Ülltros, pelas mezinhas de em tôrno, bebericavam, bocejando. Era quasi soturno aque l– le .ambiente 1nonotono de cabaret. O peccado tçun– bem soffre as suas eclypses de fastio. E aquella desconhecida, flôr do vicio, ao meu , lado, calando um segrêdo, enervava-me. aborl'e– cia-me. Mas, de repe,iÚe, ella falou: - Não ha mal que saibas tudo . E's ainda crean- . ça . E os teus olhos são bons, ingenuos, iguaes aos d'elle. Este elle vibrou numa entonação indefin-ivel como a de i;tma monja ao referir-.se a Deus. Animei-a, interessado, ameigando as palavras: ~Sim, fala . Eu te comprehenderei. Como te. chamas? - O meu nome não vem ao caso. O legitimo é vulgar; o de guerra, ignobil. Mas, se . o queres, ·
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0