Femea

RENUNCIA -- - --·--=---===:::=========== ~--- Ao meu tio Alencar Tavernard -Porque choras'? -· Por prazêr de chornr. -Estás ebria? ~-:- Não sei. Encheu mais uma taçn de champagnr e sor– veu-a, de um gôlo rapírl.o, 1nísturadn a lagrimas~ To11iei-lhe as mãos. Escalpavam. -Tens febre '? · ~Talvez ... E soltou uma g,:1rgallrnda estrídula e nervosa. Uma gF1rgalhada-aberração inedita de soluços. Cçnwidou-me, depois, numa despreoccupa.ção for· çacla: -Vamos dançar.· A alegria, quando quer disfarçar a dôr, é como u,1n manto de purpura rasgado recobrindo andra· jos: denuncia-a com estardalhaço . -Não. Tu soffres. Revela-o o teu semblante; -O meu semblante? E's louco. Eu não conheço mais- completo sortimento de mascaras que a · phy– sionomia. Tem ele tudo para todos os gôstos . Desde o ridus de martyrio, passando pela algiclêz da in– S~H'.Efüilidade, até o esgar g'rotêsco. Um rosto .é um illusionista magistral a transmutar imagens a cada contracção. Aonde encontí'aste uma rascôa tciste? Para nós, a melancolia é contrasenso, e o conten-

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