Femea
PAGINA 116 ANTONIO TAVERNARD rivel, comquanto banal, que se desenrola, ignôto, pqr traz, das parêdes desses cortiços ignobeis– vallas-communs de viventes, onàe sêres humanos se amontôam, em miscellanea repugnante, em pro· miscuidade abjocta, como detrictos nurn monturo, sem o apoio de uma assistencia moral, verdadei– ros· tumôres eneravados no organismo de nações que se prezam de civilisados por gastarem rios de dinheiro em enscenações apparatosas no extran– geiro, surdas 'completamente aos rarüs gritos de alarme erguidos pelas testemunhas de tal desca– la hro. A Lei, matrona cega e cegada, quando alli penetra. é, apenas, para castigar, para arrancar o réo do homisio, isto é, sempre depois de consum· mada a perversão, e nunca jamais como preser– vativo ou barreira á propagação deJla. A Socie– dade, alli envia os seus esbirros e juízes, mas não manda professôres e, muitos menos, padres; met· · te-os Pm cadeias, e não os attrahe para a escola ott para o templo.· E, de geração ·em geração, tal estado de cousas pers~vera, eterno emquanto du– rar a dissidia dos responsaveis, perpetuando, em, pleno século vinte, século em que se acce:1deu ou incrementou-se o ai~chote multiluminôso da demo– ceacia absoluta ~ perfeita, a .casta dos parias·, a casta dos que para quem debalde são derrubadas Bastilhas e proclamados os direitos dos homens, a casta dos que. só na appái'encia estão debaixo da égide magna: ccTodos são iguaes ·'perante a lei», a cast:a para que não alvorecem 13 de Maio, .a casta olvidada pelas platafo1·mas politicas, a cas– ta, final.mente, dos que, nossos legítimos irmãos pela terra natal; têm ·que confessar: - «Nós não sabemos lêr.>
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