Femea

PAGINA ÍÍ2 ANTONIO TAVÉRNARP . Na vespera do crime, o caixerito da taberna . do canto; despedido e esbordoado pelo patrão, vingou-se deste, contando ao artífice que a Felicia ·: o enganava com o Illi_dio Gallêgo. - «Ah! seu prefeito, quando o rapaz me disse isto, senti um fogareiro dentro do peito, fagulhas nos olhos, e uma vontade muito grande mesmo .· de matar, de ver sangue, bófes ; miolos. Mas, de pois, acarmei e matutei um minuto. Quando um homem ma,tuta, quando qué . se _vingá, é um ho– mem perdido, porque seus inimigo estão perdido na certa. Tar se_deu commigo. Matutei, matutei e resorvi-me a espreitá té pegá elles com a bôcca na . botija. Nessa mesma tarde; comprei uma pernam– bucana, bom ferro, pontuda, na· taberna do canto, · do proprio Illidio. O portúga nºem por sombra ma– ginou, ao perguntar se eu queria tambem bainha que o meu gôsto .era fazê, alli mesmo, bainha .da sua éarne. Mas me contive. Em casa, á Felicia que passava umas peça cantando, inventei uma visita a Val-de-Cães, nessa noite e no dia seguinte, no sitio de um amigo donde vortaria só na outra m[!drugada. Embrulhei uma muda, metti-me no azulão e sahi. Nesta noite, não dromi um tiquinho, es0orando a venda do mondrongo, a arrria ar– dendo de febre, o corpo gelando de frio. O ban· dido não pôz a fussa de fóra . Quando amanheceu, já eu estava no capinzá do fundo q.a estança, agachado, como um bicho, sem senti nem mu– cuim;nem mutuca, nem nada. Dia aberto, o sor já quente vi o taberneiro passeá pelo cortiçó, com um geitão de c,Mané-côco», disfarçando até que, de repente, entrou no meu quarto. Ninguem víu.·

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0