Femea

PAGtNA 111 FE~1EA n precisão de ter qúem lhe cuidasse da roupa e da comida, depois, sem saber como, começou a , sentir pela companheira .uma cousa'... uma cousa que elle não sabia bem o que era, mas que nunca séntira por nenhuma das outras com quem já co· habitára, assim como uma saudade «damnada» quando estava na. officina, uma vontade de tel-a sempre ao seu lado, de sentir-lhe o cheiro da côma entremeada de mangericão, dA escutar o seu riso sôlto e engraça,do, Um «rabicho» dos. diabos! E assim, nessa viqa socegada e humilde, naquella es- · tancia, os dias iam passando, simples e felizes, até que o Oyrillo reparou que a «sêxta-feira1, dera para tafularias -saias de linho bordado, travessi– nhas de tartaruga, pulseiras de vidro, cordões de ouro com berloques e figas de páo de Angóla, etc. O ciume collocou-Ihe uma pergunta nos la– bios, e · uma duvida na alma: «Quem lhe dá esses troços'? » e «Será algum homem'? >. Ella foz um tregeito de pouco caso, e explicou, po~ cima dos hombros: «Meus ganho, sabe'? Presentes da pa· trôa. Pra isso eu trabaio. Fosse esperar por si ... » Mas, como elle a fitasse tristemente, dizendo-lhe com as pupillas ennevoadàs pela dôr da injustiça que só a não ·engalanava como uma duquôza por– que não podia, ella murmurou, em tom Je queixa: «Que, tambem, doia aq uella desconfiança, qué era um peccado levantar aleives dos innocentes nem que «sêje» de pensamento. n . . . O amasio não soltou mais palavra sobre o assumpto. A nergunta não se repetiu. Porém, a · duvida ficou. Duvida, planta infernal que .se en– raiza em nosso coração, desabrochando, quasi sempre, na flôr de fôgo da certêza. · '·

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