Femea

PAGINA iõs ANT_ONIO TAVERNARii . -Onde, como, quem? · -Ao Illidio Gallêgo, aqui ~erto, mimá estari– cia, com isto. · E atirou para cima da secretaria uma faca ame· ricnna de lamina manchada por sangue já enne- , gcecido. · Pasmo, fixei-o, quasi idiotamente, sem um ges· to, sem uma acção, procurando debalde naquelle rosto sereno, um signal, um tremôr, urna pallidêz, um rictus que denunciasse o que vinha de matar, Foi o escrivão que chamou o cabo da guard!;l e mandou mettel-o no xadrêz. Só então, liberto da attonia que me immobilisára, pude organizar a diligencia. O cabo trouxe a chave do quarto e o enderêço macabro. Abalamos eu 1 o escrivão e dous soldados, sob o bochôrno, calados, oppressos, cruzando com grupos de prêto e lilaz que volta– vam das igrêjas, comendo mendobis, -palrando, numa alacridade de feira-livre . -Extranha gente essa-commentou, ao lado, o meu voltairiano ajudante-que vem de ver o seu Deus môrto, com- o mesmo ar de quando torna do côrso carnavalêsco ! Nada respondi, achando que, pela primeira vêz, elle não dissera uma tolice. Entramos no cortiço·. Igual a todos os ·outros. Classicamente sordido: Uma dupla sequencia colmeatica de quartos minusculos, debruçando-se sobre a estreita fita de terreno enlameado onde gallinhas ciscavam e brincavam creanças. Ao fundo, o canal de terra enlôdada abria-se na enseada ampla, verde, on· dulante de um capinzal viçôso. Na torneira da entrada, uma prêta gordalhufa

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0