Femea
PAGINA ·104 ANTONIO TAVÊRNAFD tár as «pelles» para o trapiche do patrão, a oito dias de viagem, ida e volta, do nosso pouso. Sal, · farinha, kerozene, polvora, cachaça e ·quina es– easseavam. Era preciso que «manoii 0larindo fôsse. Foi. Fiquei só no tapery, a tremer e a tombai· co:m vertigens successivas, vivendo sabe Deus corno, até que, na tarde do oitavo dia, despertei com o accésso, torturado pela sêde, sem, comtudo, pode,r saltar da maqueira, ankilosado, como um cadaver, .eomo um pedaço de bronze. As horas, em pas:– sando, augmentaram a sêde _até tornai-a insuppor– ta vel. Perdi os sentidos. Quando os readquiri, . a garganta em brasa, logo o meu olhar foi bater na massa pratP.ada do rio a deslisar, a cinco pas– sos, indifferente ao meu ·supplicio inenarra v'el. Toda umconvulsão suprema sa_colejou-me. Fiz um esfôrço desesperado e rolei para o chão. Tambem foi só. Fiquei assim de bôrco, a espiar a agoa,_tan– talisado. E, então, o milagre se deu : vi o rio tu· far, inchar, galg·ar a borda, transpol-a, espraiar se . atravez das touceiras de cannarana e miúm, e vir ~ yjndo p.ara mim já que eu não podia ir a elle. Veiu vindo ... veiu vindo .. , humedeceu-me os cabel– ··,los ... depois, a testa ... ü'~ olhos ... a bôcca. · · . E pude beber á farta, mesmo debruço, como · d lm animal, chupando, fossando. Em seguida, ton– -teou-se-me a cabeça e desmaiei de no'(o. Ao chegar, de ma.dr1Jgad11, o .Olarindo encon· trou-me naquella posição, estirado, hh~to. No en– . tanto, quando lhe nari:ei o acontecido, não me quiz . .dar credito, attribuindo o, devido estar o rio ou– . .tra vêz no logar costu.meiro, a méro delírio resul- tante da minha febre ~!ta.. . ,
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