Femea
PAGINA 103 FEMEA Alguns mêzes passaram. Mêzes miseraveis de batalha incessante, braço a braço, com o meio, a11· tes que nos acclimatassemos .. Um consôlo, r;:,orém, um verdadeiro gôsd, tinha eu no 1peio de tantas vicissitudes: o d.e assistir a perpétua humilhação . do sol ante esta região miraculosa. Elle, aqu.i, não é o despota que paira i;;obre o nordeste, cauteri– sando-o, rnartyl'Ísando-o, decepando lhe I o pro– gresso, podando-lhe as opportunidades. Pelo con tra.rio, parece um amante carinhôso, ou melhor, um macho que respeita a femea possante, Jimitan· do-se a offerecer lhe caricias suaves, a sua arden· eia neutralisada pela humidade.dimanante de tan– ta agoa e verdura . Onde, aqui, as suas taganta– das igneas, os seus sinapismos candentes'? A este hôrto vastissimo, elle não incinera, amórna-o, ape· nas. E, em certos Jogares até, scffre o insulto de ser reppelido, senão como um intruso, como um ex tem poraneo. . Mas, ponhamos para um lado tantas aprecia– ções inuteis, e entremos, quanto antes, no remate da minha aventura, Na tarde de um desses dias em que, preconisando a enchente, os primeiros repiquêtes cabriolam· á flôr da agoa, travêssos e brincalhões. recebi o retardado beijo da bruxa malévola que se achama sezão. O beijo gelado que nos escalda o sangue. Que labios m'o deram ? A picada de algum piúm '? .. . o môsto de qualquer fructa verdoenga '? ... um sôrvo do igarapé vizi· nho '? .. , Sei-o lá'? O facto, porém, é que veio. E - forte, e horrifica, e rebelde. O frio e a febre mal– trataram-me a valer. As faces opilaram-se-me. In· charam-se me as juntas. E isso no tempo em que, pefumadas, promptas, tínhamos que transpor-
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