PARÁ. Presidente da Província (1858-1859: Monoel de Frias e Vasconcellos. Falla dirigida a Assembléa Legislativa da Provincia do Pará na segunda sessão da XI legislatura: pelo Exmº. Sr. Tenente-coronel Manoel de Frias e Vasconcellos presidente da mesma Provincia em 1 de outubro de 1859. Pará: Typ. Commercial de A.J.R. Guimarães, 1859. 74 p.
,REJSATORIG. ~, Muito. pouc0 tcmo3 adiantado n'este assumpto de grande interesse, mas-~cJ.é · m~ui · dlfficil desenvolvimento no estado actual do Paiz. . -_- .Ó- empenho: qo Governo Imperial, e a coadjuvação efficaz dos seus ])eJega_dos _nas Provincias, não tem ainda podido' conseguir resultados sa– tisfatorios,~· nem -·vencer os numerosos obstaculos que surgem á cada pas– so,_já na cpbiça ·ae certos indivíduos, que frustrão em proveito proprib loJfos os exforços da administração, já na difficuldade de encontrar ho– yi.ens que s~- dediquem exclusivamente ao serviço da cathechese, e já finalmente no mesmo caracter e costumes dos selvagens. __ A .eathecbese . -me parece que deve ser uma profissão como qual– quer outrâ~ exige ·· homens habilitados, e deve,. em resultado de ensaios e de experiencias, constituir um systema, um mQthodo para ser provei– tosa ao estado. · · "' _ Para se 'Com,eguir este fim temos ainda de passar por un1 tirocí– nio de largos annos. ,.- Com a e.reação de empregos gratuitos, e com a concessão que lhes ~ j n_herente de honras militares, e quando nos empregados se achar um graüde fundo de patriotismo e dedicação, pode ser que se alcancem alguns resultados felise_s, mas serão sempre resultadbs accidentaes e temporarios. ; ; $ é ti~e_s?~ .os~ª?.:l,aiz muit~homeJ!;; de vqntad~ firme e. ~n~balavel co~õ o Sr. Ottom nas reg10es do Mucury, e o C-oronel.Gmdo ~Marh_ete nas · do Rio Doce os quaes a força de· sacrificios~- de bom trato, _ de •gene– !'Osi.da<l~, _e d.e . prefeita exactidão no cumprimento da sua palavra ou. de ptoinessas feitas aôs. selvagens, consiguirão, aquelle tornar menos fc– i :o.s.es 9S- liporóeas, · alguns dos quaes hoje são uteís · á layoura; e · o outro çlowa1:, e _ ·subjugar _ os formidaveis Botucudos, que , vot<;1:vão. odio e raiva implacavel aos Christãos, obtendo Jassim terminar com van– gem uma guerra. que o Rei D. João 6. 0 su§.teptava com. tantos sacri~ ficios como· desvàntagem; _ si tivessêmos um homem d'esses em cáda Pro– víncia, a Cathechese dos selvagens estava talvez feita, e sua civilisação em vias- de progresso. · " ,__Infelizmente a. nossa historia contemporanea n;i,o _nos apresenta um têrcêfrõ ·facto semelhante. . . _ _ . . . ~ . . - ~ Não_ . sendo_ poi: tanto , possivel que o Governo encontre auxiliares pod,ero.sos_ -,.em ~ciualquer classe da sociedaqe, e ainda ·menos. _na . dos ho– mens de Jinportancia política e commercial, a que pertence o illustre co– lonisãâor do Mucury, hão · de as n9ssas vista._s naturalmente voltar-se pa– ra os., Sacerdotes, si não com plena e cabal confian_ça, ~o menos como uma recordaçfw gloriosa dos serviços que- outr'ora prestarão ao paiz os Anchietás e Nolffegas.- , . O sacerdote virtúoso, ·armad·o· da Cruz, , symbolo da fé, internan– do-se pelas florestas até á Taba do selvagem, será pois o unico inter- . ventor, que poderá conquistar para a civilisação e para a Igreja as horda– errantes qne povoão as selvas dos nossos certões. E' verdade que não se poderá facilmente encontrar um Sacerdote que reuna todas as qualidades de um verdadeiro Missionaria, d'esses de
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