PARÁ. Vice presidente da Provincia (1887-1888: Francisco José Cardoso Junior).; PERNAMBUCO, Miguel José d' Almeida. Falla com que o Exm. Sr. Conselheiro Francisco José Cardoso Junior 1º Vice-Presidente da Provincia do Pará. Abrio a 1ª. Sessão da 26ª. Legislatura da Assembléa Provincial: no dia 4 de março de 1888. Pará: Typ. À Vapor do' Diario de Noticias', 1888. 65 p.
-50- "0 tecto de madeira é o mais apropriado ao clima da proyincia, e a pintura a oleo 'sobre ·'madeira é a que tem sido adoptada nos principaes Theatros do Brazil, entre os quaes sobre– "sahe o de "Santa Izabel" em Pernambuco, feito com todo o capricho e de accôrdo coni todas "as regras ila art1:,, mediante plano corrigido pelo distincto engenheiro francez Vautier. "Não tendo com aquella decisão soffrido o contracto, feito com o supplicante alteração al- "guma, nada ha que restabelecer". . .A.inda d'esta vez não se conformou o contractante com esta decisão, alle– gando não ser pelo seu contracto obrigado a 0umpril-a. Devendo pôr termo a essas reclamações, que protelavam a execução do contracto, e embora tivesse em favor da pintura a oleo o parecer autorisado do pintor brazileiro .A.urelio de Figueiredo, resolvi ouvir sobre as considera– ções, com que o contractante procurava mostrar a inconveniencia de ser feita a oleo a pintura do tecto do Theatro, o parecer ele uma commissão, que para asse fim nomeei. A essa commissão, composta dos bens reputados e conhecidos pintores Constantino Pedro Chaves da Motta e Irinêo José de Souza, dos engenhei– ros Vítor Maria da Silva e Ignacio Baptista de Moura, e bacharel Heraclio Vespasiano Fiock Romano, incumbi de, examinando o dito tecto, e tendo em vista as petições do contractante e demais papeis relativos ao assumpto, res– ponder aos seguintes quesitos: l.º Se o dito tecto está feito de modo apropriado a receber a pintura a oleo ou se a tempera. 2.º Qual o genero de pintura mais conveniente ao tecto de um theatro. 3. º Se' sendo aquella de madeira, podem n'elle ser pintadas allegorias de– corativas a oleo, ou se, segundo os preceitos da arte, só podem ser feitos a tempera. 4. º Se não é mais apropriado ao tecto de um theatro uma pintura mais simples do que a que se pretende fazer no d' esta capital. Tendo se retirado para o interior da província o engenheiro Moura e sido dispensado a seo pedido o engenheiro Victor Maria da Silva, trabalhou a commissão com os outros tres membros, apresentando-me o seguinte parecer: "Belem, 9 de Janeiro de 1889. "lllm. º e Exm. º Sr.-Cumprindo a ordem pela qual v. exc. nos determinou que des~emos "parecer a respeito das obras de pintura que se pretende fazer no tecto do Theatro ela Paz, "vimo-nos desempenhar da incumbencia ele que v. exc. encarregou-nos e fazemol-o elo "modo seguiute." "0 tect,o do Theatro da Paz não se acha rigorosamente fallando no caso de receber pintu– "ra de qualquer genero.--Para que um tecto de madeira possa ser susceptivel de receber pin– "tura, é necessario que em sua construcção se attendão a certas condições, das quaes dependem "o bom resultado do apparelbamento e decoração, pois que sendo a madeira ele naturesa emi– "ncntemente bydron:etrica, é sem duvida bem diffic1l a escolha que deve servir para o refa– "riclo trabalho." "Para evitar os defeitos de variação de temperatura, convém que ella se ache o mais secco "pos1sivel, e ao mesmo tempo deve Rer tal que não apresente partes sujeitas a serem facilmen– "te destruídas pelos vermes. "E' tambem de necessidade que a surpeficie vista ~cja tão unida quanto fôr possivel, e as "juntas bem tomadas de modo a não apresentarem solução ele continuidade. "Não estando observadas estas regras no tecto do Theatro ela Paz, pensamos não achar-se o "mesmo apto para receber directamente qualquer pintura, podendo-se, porém, superar a clefi– "ciencia em que está o trab'.tlho já executado e vantajosamente aclaptal-o a receber qnalqner "dos generos de pintura apropriados para esse fim, applicanclo-se sobre o tecto massa feita: "ele gesso-cré até que cuidadosamente feito esse emprego se tenha tomado tanto as juntas . "como igualado a superficie em que se pretende pintar. "As,,im julgamos por conhecer os recursos que~ arte nos ~á par:1 co1;1seguirmos esse resultado. "Passemos a nos occnpat· elo genero ele pmtnra mats apropnaclo para <l.ecorar o todo "de um 'l'heatro. "Havendo tres generos de pintura decorativa mais commumente usados; a pintura a "Fresco que segundo os usos autborisados só pócle ser praticada em um tec·to já para esse "o-enero destinado desde o seu começo, por isso que pinta-se conjunctamente eom n ê,tuque, "~ão sendo possível ~e1· ele outra forma; a pintura --a Tempora-que pócle ser executada me ..
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