A Estrela do Norte 1864
r • A E§TREJ,LA DO NORTUi:. f WS ate W&R8MiãíJ 5 1814&-IA 2«?514€ nos uma vez por anno, pela fes ta da Pas– r hoa, 6 o que se chama commurnmen te cumprir o deve,· JJaschal. Os pais teem muitas contas que dar a Ocos, quando, depois da primeira com– munhão dos seus filhos, os de viam cios s?.cramentos da Penitencia e da Eucha– ristia. Taes pais raras vezes deixam de ser punidos, mesmo neste mundo, pelo mim proceder de seus filhos. Dá-se com a Eucharistia, alimento da vida da nossa alma, o mesmo que com o pão material, alimento da Yida do nosso corpo. O alimento não é a viela, mas é a sustentação da vida, e morria-se logo se se deixasse de comer. Assim a Santa Euchari stia não dá a vida á nossa alma ; mas entreLcm e alimenta esta vida, que recebemos no baptismo. Alimenta e es– treita a nossa união com Jesus Ghri to, e dando-nos por este meio novas forças para os comJmtes de cada dia, torna-se para nós o unico e .seguro penhor da nossa perseverança. E, porém, um excel– lente e piedoso costum, commungar fre– quentes vezes, todos os rnezes por exem– plo, ou mesmo todos os domingos, tanto quanto o permittirem o nosso confessor e o· no ·so estado. Os primeiros christãos commungavam todos os dias; nunca se communga demais quando se communga bem; e commun– ga-se bem, quando se tem feito antes uma boa confis ão, e quando se tem de– cidida vontade de ser fiel a Dcos. Se a capacidade da·nossa pequena folha o permittisse, teria.mos a.inda maraYi– lhosas cousas a dizer deste grande e tão adoravel Sacramento da Eucharistia, que resume todo o amor e todoc;· os mysterios de Deus; mas anima-nós a esiierimça de r1uo o pouco que tomos dito sorti bastan– te para renovar cm vós, caros leito ·es, a vontade de testimunbar a Jesus Christo, qDe está presente no seu Sacramento, ain– da mais respeito, mais devoção e amor do que até aqui tendes feito . O tl1ezou1•0. Adolpho, joven operarioencadernador, muito habil na sua prollssão, mas de ~m caracter voluvel, disse um dia com– s~o : u Que economias pócle fazer um simples operario? Nada pelapalavra, nada. Nunca chegarei a ter loj a minha e na– balhai: por minha conta. ,, Em' conse– quenc~a deste bello raciocinio, dolpho passa, a um terço ele seu tempo na ociosi– dade e O Qutro terço a divertir-se. E?& t ib4ili k AlblMMSA a-s;;;..a.c&.siiW Seu ti o, velho sargento reformado qne vivia com o pai e mãi do joven operarío, queixava-se deste procedimento, ralhava, aconsellrnva, e tudo debalde. Um dia que toda a fam ilia esl'ava reu– nida cm casa do velho sargento, (e Adol– pho não cessava de repetir que as econo– mias de um opera.rio, não tiravam o pé do lôdo, e que para clle trabalhar com ardor era n ecessario que houvcsse um es– timulo para os seus esforços) seu tio cha- 1nou-o de parte, e disse-lhe : -Tu não fallas senão de arranj ar uma fortuna; pois meu amigo, se eu não esti– vesse tão velho poderia tentar alguma cousa : toma, lê este jornal. E tiro~1 de uma gaveta um jornal no qual se l~a a seguinte noticia: 11 Acaba de se pedir ao gowrno hespanhól autorisação para se fazer excavaçõcs nas margens elo Dour~, para procurar muitos caixões ele dinhei– ro que segundo se diz ali foram enterra– dos depois da batalha de Salamanca, por uma pouca de tropa que, vendo-se cer– cada por uma força superior em numero, foi obrigada a dispersar-se. O governo hespanhól não quiz conceder a autorisa– ção pedida. » - Meu tio, exclamou Adolpho todo per– turbado, esteve na batalha de Salamanca? Fez parte de sa tropa que enterrou os caixões? -Fiz. - Sabe o sitio onde estão esses caixões que encerram esrns thesouros? . -Sou um dos que enterraram, e creL que sou o unico que escapou ás ballas do inimigo . Adolpho não estava quiéto um instan– te e dava pulos na cadeira, -Era capaz de dar com o sit io? ' -Tanto mais fapilmcntc que nós to– mamos por ponto de alinhamento, duas collinas e dous rochedos. - Pois bem, se meu tio quizer é seu o thesouro. Que necessidade tem de auto– risação? Basta ir a Hespanha, comprar o terreno, desenterrar o thesouro e trazel-o para aqui. Nada mais facil ! ~ - Não tenho dinheirn, respondeu o ti0 ·pom todo o &f)cego, e se para obter de al– guem fosse divulgar omeu segr-0do, qu m sabe o resultado desta confidencia? -Por Deos, meu tio, exclamou Ado~– pbo passeando pelo cp.rnTto á ~Jas~os Im– gos, seria preciso muito di_111.en·~t? ita li- -Al1 I de certo .... muito, 0 1 ei bras pelo menos. lllas talvez que tu, .i.c– crescentou elle, como que lh~ occorrendo outra idén., pudesses arranJ~r-me esta somma. Julgas que estou a bru~car? .... Sim, tu mos.no Adolpho, poderias arran-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0