A Estrela do Norte 1864
-~ ES'l'lll!:.LLA. DO NO.B.l'.l'E. munho deste.Apostolo que, fiel até ao fim , foi o unico , que seguiu o seu Mestre até o Calvario, que ouviu suas uHim:1$ pala– vras, e recebeu seu ultimo suspiro. A ceremonia da Adoração da Cruz que, segundo alguns autores, é de tradição Apostolica , é uma das mais magestosas e das mais pr oprias para despertar em nossos corações os sentimentos da fé, da esperan– ra , da contrição, do amor de Deos. A Cruz, coberta com um véu, como para mostrar, que muita gente não comprchcnde os seus acToraveis mysterios, é levada por Padres e diaconos. Quando o celebrante chega diante do Altar, descobre primeiro um braço da cruz, para indicar, que o mys– t crio da salvação não foi ao principio co– nhecido senão em um cauto da Judéia ; depois descobre o outro braço para sig– nificar que elle foi prégado cm toda a Terra Santa; e finalmente descobre-a toda para nôs ensinar que este mesmo myste– rio fôra annunciado por todo o Universo. O Padre levanta em seguida a Santa Cruz, e mostra-a dizendo : < Eis o madeiro sa– grado da Cruz n - e o povo responde : « A Cruz em que repousa a sal vação do mundo ; vinde, adoremol-a todos ! » Então o celebrante, o diacono e o sub– diacono avançam sucessivamente, e pros– tram-se trez vezes, e adoram a Cruz, que depois se dá a beijar aos fieis. É ocioso e inutil dizer, que adorando a Cruz, ado– ramos não a Cruz, nem a imagem, mas só a Jesus Christo nosso Deos crucificado. Depois da adoração da Cruz, o celebran– te vai processionalmente e em silencio buscar no cofre do tumulo, a Santa lfostia que ali fo i depositada na vcsp ra i depois Yoltando ao Al tar , communga. Nmguem mais do que o celebrante communga em Sexta-feira Santa, nem Padres nem secu– lares. Logo depois recitam Vesperas, mas não se contam, em signal de dôr. A. Ene laa :a•istin.. Em consequencia das grandes solem– nidades, que a Jg-r j a celebra nestes dia~, crêmos que será do agrado de nossos lei– tores, lhes fallemos do San tíssimo Sacra– men to da Eucharistia. A Eucharistia é urn Sacramento insti– tuído por Nosso ,5enhor Jesus. Christo,_ e que contém, sob as apparcncias do pao e de vinho, o propri~ Salvador. Jesus Christo, em Quin ta-feira Santa, vespe~a da suo. Paixão tornou um pedaço de pao entre suas saJtas e veneravois mãos, ben– zeu-o e co nverteu -o por sua virtude om– rnpotente , cm seu corpo e seu Sangue. <• 1'omai, disse Ellc a seus Apostolas, apre– sentando-:lhes este pão mystcrioso, tomai e comei todos deli e; porqtte este e oMeu Co1·– pa. » Equando acabaram de commuugar, pegou cm uma taça de vinho, benzeu-o, e converteu-o igualmente em seu precioso Sangue·, dizendo : u Tomai e bebei todos dei/e; pol'que este é o Meu Sangue, o Sangue da nova e eternei aliança, que serâ derrama– do po1' vós e por muitos em remissao dos peccados. » Depois deu aos seus Aposto– las, que foram assim os primivos pa– dres, a ordem, o poder para fazerem, o que Elle proprio acabava de fazer, quer dizer, converter o pão e o vinho em o Corpo e o Sangue de Jesus Christo: « E vós, accrescentou elle, toclas eis vc,:;es que (tzel'cles isto f'a::.ei-oem memoria eleMim. » Desde então os Apostolas e seus legíti– mos successores, que são os Bispos e os Padres caLholicos, consagram todos os dias, á celebração da i\lissa, o pão e o vinho ; e é este pão e este vinho, conver– tidos em o Corpo e o Sangue do Senhor, cruc se chama o Sacramento ela Euchm·istia, ou o. Santíssimo Sacramento, ou ainda a communhão. Comrnungal', é receber o Sacramento da Eucharistia, ou, por outras palavras, é receber o Corpo e o Sangue de Jesus Chris– Lo1 rcalrn_cnLc pre ente, pos to que occulto soo o véu da Santa IIos tia. Este Corpo é precisamente omesmo que es teve outr'ora na terra, mas não no mesmo estado. Na Eu charistia es tá cm estado glol'ioso, isto ó infinitamente apartado ela materíalidade do corpo natural. Commungar bem, é receber a Jesus Christo com as conveni– entes disposiçõ s ; comrnlmg-ar mn.l, ó 1· - ccbelo cm más disposições. commungar bem é faz er a maior, a mais santa e a mais sublime acção que a creatura. p6dc fazer, porque é unir-se ao proprio Dcos. Commungar mal, é fazer um detcstavcl sacrilegio, trahir a Jesus Christo, como Judas, por um beijo. Para commung-ar hem, cumpre es tar rm estado de graça, rrn er dizer nl'í o tor na conscicncia algum pcccado grave, es– tar firm ment disposto a ser para o fu– turo bom christão, á evitar o veccado, o a servir fi elmente a Nosso Senhor, e, fi– nalmente a preparar-se para a san ta Com– munllão por meio da oração, de boas lei– tmas, e pelo conhecimento da Religião. Cumpro além di sto es tar cm Jejum, isto é, não ter comicl9, n~m bebido alguma cou a desde a meia noite. A Igreja assim o determinou , como uma pro,·a ele res– peito pelo Santissimo Sacramen to. Todos so11:os_ obrigados, sob pena de pcccado grav1 s1mo, a commungar ao me-
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