A Estrela do Norte 1864

« Quinta-feira, l\Iissa scõundo o p_onLi– ncal arrnen io, sermão em franccz pelo nevd. Padre Maurel, da companhia de Jesus. • « Sexta- feira , M.issa segundo o rito mel– ch itaris ta, sermão cm .ing lez pol' M. Fre– derico Neve, reitor do collegio inglez. << Sabbado, Missa em g rego melchita, sermão em polaco p or D. Pedro Semc– nenk o, consultor do Index. « Dom i ngo, Missa cm cbaldcu , sermão cm francez pelo nevd. Pa<lrc Jandel, gc- 1~al dos Dominicos. « Segunda-feira , Mi ssa em maronita, sermão cm allcrn ã<;> por D. ~ow_ach, ca– ne11ão da igreja nac10nal Dcll amma. ' « Ter ea.-fcira, l\lissa em rutheno , ser– mão em h e3panhol por D. Ignacio Mon- tes de Oca. . . . « Quarta-fe1ra, Missa cm syn aco, ser- m ão cm in$'lez pronuncia~o por Mo~se– nbor l\lanmng , I?rot_ono tano apostol!c<?. .As predicas ~m llaliano tem lugar mm- 1a s vezes no dia .... « o summo Pontifice conti núa sempre o-osar de uma b oa. san de, e consagr.a, ~ 0 ; 10 de costume, uma ~arte ~o dia a receber e aben~oar os e~trangeiros e1:1 au diencias publicas e parll culares. A mais sobêr an a b ondade está sempre pin tada cm seu semblan te . ... >> .!ilfflUHR.S eonsidera~õ es s obre o a' §il>lbat 1'B:at:e1.• » ena geirnl e a eo 11 npos içiio degte byuuao 1,01• G . J.l,o s siui . 0 nosso bem conhecido e appreciado ista o Sr . Ta.r tini, pr~tcnde fazer ou– a~t ao publi co desta capital o ~taóat lli a– t~ ae Rossini. Entro os ver dadeiros aman– ·tl"I da arte mu sical n ão h averá ninguem, es ' º · '11 ó bô uc n ão applaucla a esta 1doo. ~ .ª a, 'l r u e o Stabat Matcr de Hossm1, como ft~d2 0 que escreve~ o illustre maestro,. é uma mu sica grandiosa, arrebat~nt~, cheia de m elodias e de ~ma }1arm~msaçao q~e, bem execu tada, n a.o pode deix_ar ~e fazer um grande effeito sobre ? audlton~ ; ella é bôa, porque o Sr. Tartm1 2 refcrmdo a execução do StctbatMater a u ni"programma 1 a rrgl 0meração, muitas vezes bem es– fi~anha de pedaços t ·rados de differentes P eras,'mostra-nôs qu~ se lembra da épo– o d ·mno na q ual vi vemos, e que co– ca o ' crfe itamentc a missão da arte nhee:8 f que não consiste tanto ero fazer ~u s~c!r' a h abilidade do execn tante, como ª m i~mmover e at é abalar as almas ~os fm ~ ens enthusiasmando-os para a vi.r– t~de, p~r a a verdade, e para tudo que é bello e bom. Finalmen te a idéa .do Sr. Tartini será bôa, assim pelo menos o es– peramos e desejamos, para. elle mesmo, porqu e o Stabat Mater ele nossi ni, obra, se estámos bem informados, nunca ouvi– do no Pará, infalli velmen to atrahirá um auditorio tão brilhan te como numeroso. Dn.mos ao sr. Tar tini e a nós mesmos os pafabens por esta idéa. Quanto ás palavras do Stabat Mater, el– las constituem um hymno per tencente á categoria das sequentias, in ventadas por Notkmis (Dalbulus) no fim do seculo IX. o autor do nosso hymno, Jacopomis, (de Benedictis) (J) nasceu em Todi no Duca– do de Spoleto, e morreu no anno de i30G como l~rade Franciscano. Com uma sim– plicidade summamente eloquente e ao mesmo tempo, por assim dizer infantil, Jacoponus logo no primeiro verso dá a exposição da lugubre e pungente sccna que serve de mo tivo ao seu hymno: - . Stabat ltlater dolorosa, j uxta Cnteem lacry– mosa, dum pendebat Filius. As nove estro– phes segu intes não são senão pensamen– tos e se:atimentos pios, inspirados pelo pr imeiro verso. O caracter da poesia des– te hymno não é de certo classica, ainda menos roman tico, porém n inguem, que ouye o Stabat (o Stabat deve-se can tar e não lêr) poderá deixar de admirar a dôr verdadeira, o cn thu siasmo sublime, a fé e o amor Christão, que se manifestam cm cada palavra desta elegia. Parece que n'um momento de cxtase religioso o poeta Franciscano pensava abraçar elle mesmo a Cruz do Salvador . Um hymno desta natureza convidava necessariamente desde a sua apparição o mais ainda depois de ser sanccionado pela Igrej a, os musicos de todos os paizes a inventar melodias e harmonias corres– pondentes ao seu duplo caracter, como poesia lyri<;a e como can tico do antipho– nario romano. As mais antigas compo– sições do Stabat são feitas em ~nto pl~no ou gregoriano. Entre as varias e mm tas vezes bcllissimas melodias neste genero parece-nôs sobre tudo_digna de ser men- ionada a melodia escnpta no sexto modo, que se acha no an tj phonari? r omano rc: vistado pela comissao de Rheims (pag. 695 Paris Lccoffre) . Não excedendo o inLer– vallo' de uma oitava ella póde.ser can ta– da indiifercntemente por todas as vozes, e quem quizer tomar o pequeno trabalho de cantar sobre ella todo o Stabat, r eco- (1 ) l\fontalcmbcrt na sua obra : A vrn~ DE SANTA l sA llEL oE IluNGRIA (lntrod. p. 1}3) diz qu e J11- copone disputa ao Papa_ Innocenc10 IU a gloria dQ ter composto este adn11r:wel bymno,

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