A Estrela do Norte 1864
' _.\. E§'.l'IlE.liLA.. DO NOll'fE, '* ,-Mi ti?<~ i as do soube dos tratamentos rigorosos tJUe haviam feito sollrer ao Chefe do Christia– n ismo. Essa v iagem deshumana atravez as neves e os gelos dos Alpes, i mposta a um velho fraco e doente não fui eu que a prescrevi, nunca teria ordenado que se esquecessem para com elle os respeitos devidos á idade, á desgraça e ao seu augus– to caTacter. Soldados grosseiros, que ae;re– ditavam agradar-me, ou antes temiam irritar-me, commeteram em m eu nGme p ersiguições que deploro e que devia ter severamente castigado ..'. . Pobre velJ10, tão bom, tão santo, oh! que se passaria cm su a alma duran te essas duras pro-vas, e quanto devia elle aborrecer-me, se o adio podesso ter lugar em um coração como o seu! .... -:Ahorrecer- vôs, Senhor I escutai a nar– raçao de um amigo fiel, confidente dos mais_ secretos pensamentos do Summo J>ontiflce, e que não o deixou n o seu des– t erro dura~te todo o tempo de sua dolo– rosa peregrmação ; vereis como os Santos pódem aborrecer e como elles sabem sup– porta!· os torm~ntos. um dia, Senhor, (deveis es tar lembrado) em um accesso de C?lera , bradastes : « Os Sober a11os Pontifices tambem pódem ser condemna– dos ás cha~as eternas 1 ,, ~s~as ternveispalavras retumbaram na solldao do santo captivo e ellas o gela– r?-m ~le terror. Então desceu á sua cons– ciencia, examinou-a escrupulosamellte, procurando no fundo de su a alma uma falta, um_ remorso . . . . Oh! elle só achüu u~ s~ntimento de ardente caridade, cm l?r1meiro ~ugar para Dcos, depois para vós , senhor, sim, para vós porque elle con– fessava 9ue vôs tinha t ~rnamente amado, e qu~ ainda võs estima apezar da vossa ap]?a 1 en te duresa. Serã. este m eu crime? d1zit elle, esta Predilecção infinita por -~a– poleuo, ter-~c-ha arrastado a uma cQn– descend~~la r cprch ensivel, como Cbc_fe da I~reJ~: ..... Jnterrogando-se então com mtllz1vcl anciedade. -Grande Deos 1 c_xcla~ava, o que acrcdiÍ.ava fazer para a salvaç?-o da voss~anta Igreja, ter-mc-ha attrahiclo vossa era? Esse diadema col– l~cado sob_rc um fTonte ~10 tinha rci;c– b_1do de 1:Um_ha m~o a uucção sagr ada te– n~ ellc_ sido .1_ustamente adquirido, Napo~ leao so ha_via detronisado a anarch1:_3, '/ Vós o sabeis, Senhor minhas intcnç,0es eram puras : .mas póde ser que a fraque– sa humana tivesse parte na conducta do vo_sso s~rv.o. C_ompaixão, ó meu Doos para n~nho. mlcr1:U1dadc, 0 que meus pezares e 1:11 nhas lagrimas desarmem vossa coleta t )s ? ~a_nto velho prostrado com a fronte inchnuda para terra chorava e rcza~·a. ' Porém, a prova enviada pelo Allissimo ao veneravel captivo não podia ser longa. Bern depressa serenou a tempestade de duvidas e detemores que se havia levan– tado nessa alma angelica. Para tranquil– lizal-o, e fortillcal-t' permitliu-lhe Deos vêr, com os olhos do espirita, uma parte do futuro preparado ao mundo Ch'ristão. l\Jostrou-lhe o Clero Catholico triste, ge– mebundo, mas sempre fiel, desterrado, porém sempre corajoso e forte ; apresen– tou-lhe a imagem de Roma, sabia, pru– dente, cheia de fé e de confiança,- espe– rando o feliz dia da penitencia e da li– berdade. Fez-lhe vêr mais as nações inimigas da Santa Madre Igre,i a tocadas do mais vivo interesse pelo Chefe· da Christandado : os alliados do grande Imperador sollicitan– do sua compaixão a favor do augusto ca– plivo ; os mesmos seclarios de Mahomct, enviando secretamentepalavras de terna Yeneração ao Soberano de lloma. En tão o piedoso prisioneiro disse em seu cora– ção : « Não, Deos não me abandonou, não cu não augmentnl'Ci o numero das almas condemnadas pefa justiça supre– ma, porque o Senhor escolheu-me_ para ser o instrumento dos impenetravms de– cretos de sua Providencia ... • • 11 Desde então, a paz da alma,!} somno, as inoffavcis doçuras da oraçao, foram restituídas ao san to velho, c_rue al?ençoou_ esse captiveiro no qual elle podia ~os_m tantas alegrias. Não se póde oxpnmir, dizia elle, os pensamentos arrebatadores que se apresentam algumas vezes aos co– rações pios, mesmo no fundo. de u_m cs9u– ro carcere pensamen tos que nao pode compreho~der o amigo que chora ao vosso lado ao qual Doos não revelou as effusões da graça. Impossivel. 131-mbem seria pintar as celestes appançoes que o Senhor lhes envia 1 porque a1gu1:1as vezes clleos manda visitar por se~s AnJ9 5 • E esses Anjos o santo ancião os trnha vis; to os tinha tocado e podia descrever stl bdlleza admiravel. ·s a- Elle se recorclaYa de suas i~i~t~e 1 aefle, lavras. Quando se achayam .1 brilhava sua prisão como a elo s. Pedro, ardas com clarão sobre-natu ral;_ os guonl; e– dcslumhrados por esse luzell'O desc. vãm ciclo tremulas, agitados, se prostra d dian'te daquolle que tinham o cncar~o t~ vigiar, Deos se comprazia cm dar a9 san prisioneiro todas as graças. ~m dia e~~ carcereiros tiraram-lhe seu lIvro cl_e ~ 1 a ções · a idéa de não poder j á recitar as tcrn~s supplicas, crue tinha por cost 6 1 ~11 ? dirigir ao cons?lador de todas as _d . i_e~~ o enchia de lnslcsa; porém uma 'oz 11 •
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